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"As últimas duas décadas foram vergonhosas no que à democracia no clube diz respeito"

O livro "Cartilha da Benficofobia", escrito por João Malheiro e prefaciado por Rui Costa, presidente do Benfica, surge num momento histórico significativo para a comunidade portuguesa: a proximidade dos 50 anos da Revolução de Abril.

"As últimas duas décadas foram vergonhosas no que à democracia no clube diz respeito"
Benfica

"Qual o motivo para o impedimento da presença destes associados?", questionam os sócios que fazem parte do movimento 'Servir o Benfica'.

O principal objetivo da obra do conhecido sócio encarnado é desfazer o mito de que o clube da Luz terá sido beneficiado pelo Estado Novo, uma ideia que permeou o imaginário de alguns setores da sociedade portuguesa.

No prefácio, Rui Costa expressou de forma direta e incisiva que associar o sucesso e a grandeza do Benfica ao Estado Novo é equivocado, injusto e falso.

O líder máximo das águias ressaltou que os encarnados já eram vitoriosos e respeitados antes do regime ditatorial e continua a ser assim após o mesmo.

"Tentar associar a grandeza e o sucesso do Benfica ao Estado Novo é errado, injusto e falso. O Benfica já era enorme e ganhador antes da ditadura e continua a sê-lo após a mesma", começou por escrever Rui Costa.

O presidente do emblema lisboeta apontou ainda fatos concretos que contradizem essa associação, destacando que o Benfica manteve o seu crescimento e liderança no desporto nacional, sem se sujeitar à propaganda política do Estado Novo.

"Ao longo dos 48 anos de suspensão da liberdade, o Benfica manteve-se em crescimento permanente e cimentou a sua posição de liderança no desporto nacional. Fê-lo apesar de nunca se ter prestado à propaganda do Estado Novo, de recusar ceder a costumes entretanto implantados ou de se deixar instrumentalizar pelo poder político de então", observou.

"Quem foi o responsável por esta decisão que conspurca a história de pluralismo do clube?"

No entanto, a chegada do livro de João Malheiro e o prefácio de Rui Costa não ocorreram sem gerar ondas de contestação e discussões acaloradas no seio da família benfiquista.

Neste sentido, a página 'Servir o Benfica', dirigida por Francisco Benitez, ex-candidato à presidência do clube, emitiu esta quarta-feira um comunicado que pede esclarecimentos a Rui Costa, devido à proibição de dois associados de testemunharem a apresentação do livro.

"De acordo com informação pública, dois associados, convidados pelo autor do livro para estarem presentes nesta tertúlia, não foram autorizados a fazê-lo pelos serviços do Sport Lisboa e Benfica", começa por escrever a página afeta às águias.

"O que não só é uma afronta aos valores do pluralismo que reconhecidamente marcaram a história gloriosa do Benfica, como uma grave contradição ao espirito da própria iniciativa", pode ler-se no comunicado partilhado pelo movimento na rede social X.

O comunicado expressa ainda perplexidade e indignação, questionando a decisão dos encarnados que parece contrariar os valores de pluralismo e democracia que o clube sempre defendeu e pelos quais sempre foi reconhecido.

"Na qualidade de sócios do Sport Lisboa e Benfica, foi com perplexidade, consternação e indignação que tomamos conhecimento deste fato. Assim, solicitamos a V. Exa. um esclarecimento urgente sobre os seguintes pontos", pode ler-se ainda na publicação.

"Qual o motivo para o impedimento da presença destes associados? Quem foi o responsável por esta decisão que conspurca a história de pluralismo do clube? A direção? A Mesa da Assembleia Geral? O Conselho fiscal?", questionam os sócios encarnados que fazem parte do movimento 'Servir o Benfica'.

No final da nota enviada a Rui Costa, o movimento afeto aos encarnados apelou ainda ao líder máximo do atual campeão nacional para que não haja um retrocesso na Luz, no que à democracia diz respeito.

"A conquista da liberdade em Portugal foi há 50 anos, mas essa liberdade já existia no Benfica desde a sua fundação, pelo que é inaceitável qualquer recuo ou tentativa de limitação dos direitos de qualquer órgão social ou funcionário do Benfica", pode ler-se ainda.

"A últimas duas décadas já foram suficientemente vergonhosas no que à democracia no clube diz respeito e não podemos permitir um novo retrocesso", enceram assim o comunicado os sócios encarnados.

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