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O Benfica atravessa atualmente um período de intensa turbulência, com divisões evidentes entre a massa associativa, Roger Schmidt, técnico das águias, e a direção encarnada liderada por Rui Costa.
"Não se pode aceitar certos tipos de manifestações, mas é preciso perceber porque é que os adeptos se manifestam", observou Jorge Castelo.
Apesar da extensão contratual entre o clube e o técnico alemão, o ambiente na Luz tem sido marcado por críticas crescentes e manifestações de descontentamento por parte dos adeptos.
Mesmo com vitórias, como o recente encontro frente ao Farense, o treinador germânico tem sido alvo de vaias, lenços brancos e até mesmo de agressões simbólicas, como o caso da garrafa de água atirada na sua direção no final da partida em Faro.
Neste contexto de tensão, várias figuras ligadas ao Benfica e comentadores desportivos têm partilhado a sua opinião sobre o momento conturbado que faz agitar as águas na Luz.
Jorge Castelo, antigo técnico que esteve ao serviço do Benfica entre 1987 e 1998, é uma dessas vozes. Condenando as polémicas palavras de Roger Schmidt, especialmente ao pedir aos adeptos que criticam a equipa para ficarem em casa, o antigo treinador compreende, no entanto, as razões por trás das manifestações dos adeptos.
"Não se pode aceitar certos tipos de manifestações, mas é preciso perceber porque é que os adeptos se manifestam", começou por observar Jorge Castelo, em declarações ao jornal 'A Bola'.
"Se me perguntarem quem iniciou esta situação, diria que Roger Schmidt não conhece os adeptos do Benfica, porque quando diz que quem ‘ama o futebol, ama o Benfica’, então essa frase deveria prevalecer para tudo à volta do clube", acrescentou.
"Dizer que só quer os adeptos que batem palmas no estádio e os que assobiam que fiquem em casa foi muito infeliz", reconheceu o técnico que passou pela Luz.
O próximo desafio do Benfica para o campeonato, frente ao Sp. Braga, tem sido antecipado não só pelo confronto em campo, mas também pelas expectativas em relação à reação dos adeptos encarnado após as palavras do técnico alemão.
Jorge Castelo acredita que a situação poderá atenuar-se em caso de vitória, mas alerta para a sensibilidade do momento e para a importância de uma gestão cuidadosa por parte da equipa técnica e diretiva do clube lisboeta.
"Poderá haver uma parte que reagirá negativamente logo no início. Em caso de triunfo, a situação poderá atenuar-se", frisou.
"Os sócios do Benfica gostam de se manifestar quando não gostam do futebol que estão a ver e agora qualquer fósforo faz rebentar a dinamite", rematou Jorge Castelo.
