O Comité de Ética da FIFA abriu um inquérito a quatro dirigentes, entre os quais Mohamed Bin Hammam, do Qatar, membro do comité executivo e adversário de Joseph Blatter nas eleições à presidência do organismo.
De acordo com a FIFA, a abertura do inquérito, em que os dirigentes são acusados de uma alegada violação do código de ética, surge depois de uma denúncia apresentada pelo membro do comité executivo e secretário-geral da CONCACAF, Chuck Blazer.
Além de Bin Hammam, presidente da Confederação asiática e candidato às eleições, e de Trinidadien Warner, vice-presidente da FIFA, são também visados no inquérito duas pessoas responsáveis pelo futebol das Caraíbas, Debbie Minguell e Jason Sylvester.
A denúncia inclui “acusações de suborno”, segundo explicou a FIFA, pelo que o seu secretário-geral, Jerome Valcke, em cumprimento do artigo 16.º do Código de Ética, pediu a abertura de um inquérito ao Comité de Ética.
Os implicados foram convidados a apresentar a sua defesa e a participar numa audiência perante o Comité de Ética na próxima sexta-feira, em Zurique.
Blazer denunciou em particular uma reunião da Confederação de futebol das Caraíbas, aparentemente organizada conjuntamente por Warner e Bin Hammam, que terá ocorrido a 10 e 11 de maio último, tendo em conta as eleições presidenciais que vão ocorrer para a presidência da FIFA.
A audiência será presidida pelo namíbiano Petrus Damaseb, já que o presidente do Comité de Ética, Cláudio Sulser, declinou participar na mesma dado que é suíço, a mesma nacionalidade de Joseph Blatter, candidato às eleições de 1 de junho, nas quais aspira um quarto mandato.
O inquérito é um duro golpe para o candidato Bin Hammam, que fez lema da sua campanha o combate à corrupção. O homem de negócios do Qatar, de 62 anos, foi já incriminado num outro caso por uma comissão de inquérito parlamentar britânica apresentado pelo ex-presidente do comité da candidatura inglesa para o Mundial2018, Lord David Triesman, e por revelações do Sunday Times.
O inquérito de então avançava que dois altos responsáveis do futebol mundial tinham “vendido” o seu voto no quadro de atribuição do Mundial2022 para o Qatar, feudo de Bin Hammam, em troca de 1,05 milhões de euros.