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«Islandeses não terão a mínima hipótese», Guilherme Ramos

A aventura de Guilherme Ramos na Islândia já terminou, mas o futebolista português serve-se da experiência para assegurar que o futebol ''muito físico'' dos islandeses não terá ''a mínima hipótese'' frente a Portugal, sexta-feira, no Porto.

«Islandeses não terão a mínima hipótese», Guilherme Ramos

''Não têm futebol para ganhar à nossa seleção. São muito esforçados, têm uma grande entreajuda, utilizam muito o físico, mas Portugal, jogando a bola no solo como sabe fazer, não lhes dará a mínima hipótese, até porque são uma equipa um pouco lenta e dura de rins'', disse à Agência Lusa o ex-emigrante no campeonato Islandês.

Sexta-feira, quando a seleção nacional pisar o Estádio do Dragão para disputar o jogo do Grupo H de qualificação para o Euro2012 com a Islândia, Guilherme Ramos será um espetador mais atento do que os outros, já que na época passada aceitou o desafio de partir para a fria ilha e jogar no UMF Njardvik.

''Há já algum tempo que tinha o desejo de jogar no estrangeiro. Comecei a contactar com alguns empresários e um deles encaminhou-me para um clube islandês. Depois de algumas semanas de conversas, acabei por aceitar o desafio e, pronto, mudei-me a Islândia'', resumiu.

Sucinto, o jogador do 1.º de Dezembro, da II Divisão nacional, não se perde em palavras na altura de definir o cenário que descobriu: ''Costumo dizer que encontrei muitas semelhanças com aquilo que era o futebol inglês dos anos 90''.

Assim, para Guilherme Ramos, o futebol islandês é ''muito físico, muito direto, muito duro e em que se joga pouco a bola pelo chão''. Em suma, baseia-se no jogo aéreo e na força.

''Não tem nada a ver com o nosso. Nada mesmo'', garantiu.

Tal como o estilo de futebol, também o estilo de vida é completamente diferente, nem que seja pelo simples facto de, na Islândia, o sol brilhar ininterruptamente.

''O que mais me afetou terá sido o facto de haver sol praticamente durante 24 horas por dia. A noite, na altura de junho, simplesmente não cai. E essa foi a maior das dificuldades que terei encontrado: querer dormir e ter sempre o sol a bater na janela'', recordou.

Guilherme Ramos estranhou a princípio, mas foi-se habituando à realidade. E se o frio não levantou qualquer tipo de problema - ''cheguei à Islândia no final do Inverno e já havia temperaturas a rondar os 12, 13 graus” -, a alimentação exigiu uma estratégia.

''Não dava para ter uma alimentação muito variada, porque eles comem coisas estranhas: cabeça de carneiro, tubarão podre'', contou, confessando que tentava contornar o problema com massas e carnes.

Com 26 anos, o jogador português acabou por terminar a experiência mais cedo. Culpa de quem? Da crise.

''O país tem um problema relativamente à moeda islandesa. Não é possível neste momento retirar o dinheiro da Islândia ou fazer o câmbio, porque o país teve problemas ainda mais graves do que o nosso e essa foi a forma que eles encontraram para tentar sair dessa situação'', revelou.

Guilherme Ramos viu-se num beco sem saída. Conformado, ignorou os desejos dos dirigentes do UMF Njardvik e regressou ao campeonato nacional. Com uma ''boa experiência'' no bolso, regressaria ''sem problema nenhum'' à Islândia.

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