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Lusitano de Évora atingiu «o céu e o inferno» em 100 anos

O Lusitano de Évora, o clube desportivo mais antigo do Alentejo, comemora na sexta-feira 100 anos, num século em que a sua equipa sénior passou do topo do futebol português à extinção.

A fundação do clube remota a 11 de novembro de 1911, quando um grupo de estudantes e empregados do comércio da cidade começou a praticar futebol com o nome de Lusitano Futebol Clube, disse à agência Lusa o atual presidente do emblema alentejano, Manuel Porta.

Nos primeiros três anos de vida do clube, os futebolistas “verde e brancos” jogavam em espaços emprestados, até que, em 1914, a então direção comprou um terreno na periferia da cidade, onde viria a ser construído o Campo Estrela.

Mais tarde, em 1925, os sócios decidiam alterar o nome do clube, passando a designar-se Lusitano Ginásio Clube, já que despontavam novas modalidades, como a ginástica, o basquetebol e a esgrima.

Os pontos mais altos da história do Lusitano de Évora começaram a ser escritos na época futebolística de 1952/1953, quando a equipa sénior da formação alentejana ascendeu à primeira divisão nacional.

Nas 14 temporadas seguintes, os “verde e brancos” permaneceram no escalão máximo do futebol português e atingiram uma meia-final da Taça de Portugal, alcançando a melhor classificação na época de 1956/1957, quando conquistaram um quinto lugar.

Mas, foi na época de 1957/1958 que o Lusitano de Évora conseguiu um dos melhores resultados de sempre, ao derrotar em casa o Benfica, por 4-0, com uma grande exibição do hondurenho José Cardona, que, mais tarde, se notabilizou ao serviço do Atlético de Madrid (Espanha).

Com a descida à segunda divisão, na temporada de 1965/1966, o Lusitano de Évora atravessou uma das piores crises da sua história, por dificuldades financeiras, tendo sido criada uma comissão para a angariação de fundos que permitiu salvar o clube.

No entanto, a partir daí, o clube entrou em declínio, ao ponto de, na década de 90, vender a sua sede, localizada numa das principais ruas do centro histórico de Évora, enquanto a sua equipa de futebol alternava entre as segunda e terceira divisões nacionais.

Mais recentemente, o Lusitano de Évora vendeu os terrenos do Campo Estrela a uma empresa privada e, como contrapartida, foi construído um novo complexo desportivo na periferia da cidade, que não foi concluído, local onde a seleção nacional de futebol estagiou antes do Mundial da Alemanha, em 2006.

Por estar a atravessar uma grave situação financeira, com dívidas que ascendem a quase um milhão de euros, a pior da sua história, segundo a atual direção, foi preciso suspender este ano a equipa de futebol sénior, que competia no campeonato distrital de Évora, assim como as equipas de esgrima e ténis, mantendo-se apenas o futebol de formação.

O Lusitano de Évora tem cerca de 3.200 sócios inscritos, mas apenas entre 700 a 800 pagam quotas.

O centenário do Lusitano vai ser comemorado com a edição de uma revista, uma missa por alma dos sócios falecidos e uma sessão solene, marcada para o dia 26 deste mês, no Palácio D. Manuel, em Évora, numa altura em que o futuro do clube é incerto.

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