O secretário-geral da FIFA reforçou hoje a exigência de as consequências de eventuais desastres naturais, durante o Campeonato Mundial de Futebol 2014, terem de ser suportadas pelo governo brasileiro e queixou-se de o Brasil pedir demais.
“O Brasil é o país que ganhou cinco vezes o Mundial. Por isso, acha que pode pedir, pedir”, queixou-se Jérôme Valcke, citado pela imprensa brasileira, depois de se ter reunido com o ministro do Desporto, Aldo Rebelo.
A questão dos desastres naturais está a gerar polémica na votação do projeto da Lei Geral da Copa [Campeonato], ainda em discussão no Congresso brasileiro.
O governo tenta fazer aprovar o texto, que prevê responsabilidades para o país apenas em caso de “ação ou omissão”, sem incluir o item “tragédias da natureza”, exigido pela FIFA.
Valcke, no entanto, foi hoje taxativo ao dizer que desastres naturais não podem ser considerados responsabilidade da FIFA.
O debate está suspenso desde dezembro, quando a discussão sobre o projeto de Lei acabou sem acordo quanto à redação do texto.
Na conferência de imprensa ao lado de Valcke, o ministro brasileiro do Desporto minimizou o impasse e disse que o governo respeitará o que foi acertado com a FIFA no acordo de 2007.
De acordo com o ministro, faltarão apenas “pequenos ajustes” no texto para que o projeto seja aprovado. A expetativa é que a Lei seja aprovada até, no máximo, março, para evitar atrasos na organização do Mundial.
O secretário-geral da FIFA está em Brasília, onde iniciou hoje uma viagem por 12 cidades, com a intenção de vistoriar os estádios que acolherão os jogos.