Michel Platini, um dos melhores futebolistas da história, exibiu-se em todo o seu esplendor no Euro84, transformando a prova num monólogo que só poderia terminar com o título da anfitriã França.
O “10” gaulês marcou um total de nove golos, um recorde jamais batido, e faturou em todos os cinco jogos, selando o que é ainda a melhor prestação individual de um jogador em 13 edições do Europeu.
Platini abriu as “hostilidades” com o golo que derrotou a Dinamarca (1-0), aos 78 minutos, e logrou o seu primeiro “hat-trick” ao segundo jogo, face à Bélgica (5-0), num embate em que abriu e fechou o marcador.
A fechar a fase inicial, o atual líder da UEFA somou novamente três golos, que valeram um apertado triunfo por 3-2 sobre a Jugoslávia.
O seu golo mais decisivo aconteceu nas meias-finais, frente a Portugal, que chegou a liderar por 2-1 em pleno prolongamento: já após o “bis” de Jean-François Domergue, Platini fez o 3-2 final, aos 119 minutos.
Na final, o jogador que brilhou de 1982/83 a 86/87 ao serviço da Juventus apontou o seu nono tento: face à Espanha, inaugurou o marcador aos 57 minutos, na transformação de um livre directo, com a colaboração de um inesquecível “frango” de Arconada.
Perante 47.368 espectadores, no Parque dos Príncipes, em Paris, Bruno Bellone marcou sobre o final o segundo golo do “onze” de Michel Hidalgo, no qual também pontificavam Jean Tigana, Alain Giresse, Maxime Bossis ou Joel Bats.
Os feitos de Platini atiraram tudo o resto para segundo plano, incluindo o percurso da Espanha, que chegou às meias-finais graças a um tento do central Antonio Maceda, no último jogo da fase inicial, face à campeã RFA (1-0).
O conjunto espanhol logrou, depois, o acesso à final após um desinteressante embate com a Dinamarca (1-1 nos 120 minutos), decidido nas grandes penalidades: Preben Elkjaer-Larsen falhou e a Espanha ganhou (5-4).
Em “grande”, na sua estreia em fases finais do Europeu, esteve também Portugal, que terminou invicto a primeira fase (0-0 com a RFA, 1-1 com a Espanha e 1-0 à Roménia) e só caiu face à França, depois de ter estado a vencer já em pleno prolongamento (2-1), com um “bis” de Jordão, na sequência de duas assistências de Chalana.
Na fase final do Euro84 foram apontados 41 golos, em 15 jogos, à média de 2,73 por jogo, a mais elevada das últimas seis edições, muito por culpa de Michel Platini, que só não marcou mais golos do que a Dinamarca (também nove).