Numa longa entrevista concedida ao site Ouest France, Michel Platini abordou dois assuntos centrais: será contra a tecnologia na linha de golo enquanto for presidente da UEFA e não se melindrará se Lionel Messi conquistar a quarta Bola de Ouro e bater o seu recorde.
«Os recordes são feitos para serem batidos. O Thierry Henry marcou mais golos que eu na seleção. Se o Messi ganhar a quarta Bola de Ouro, é porque a merece. E mais! Aos 25 anos, penso que ele tem todas as hipóteses de algum dia vir a bater esse recorde», comentou, deixando claro que nunca será a favor da tecnologia na linha de golo: por motivos desportivos e financeiros.
«Se usarmos a tecnologia na linha de golo isso custa-nos, no primeiro ano, 32 milhões de euros e 54 milhões nos cinco anos seguintes. Os árbitros custam-nos 2.3 milhões. As contas fazem-se rapidamente. São as televisões que pressionam para que usemos o vídeo na análise da arbitragem para termos que pagar. Além disso, como já disse, isso vai contra o jogo. Usar esta tecnologia é a porta de entrada para o vídeo no futebol de uma forma mais generalizada. Sou contra tudo isso», assumiu o presidente da UEFA, que consideraria muito mais importante usar vídeo no fora-de-jogo.
«Só existe uma coisa complicada para a qual talvez fosse necessário o uso do vídeo. Digo talvez para o fora-de-jogo. Porque é muito difícil julgar os árbitros. Teríamos que colocar uma câmara no jogador que faz o último passe, para saber quando parte a bola. Por isso, não acredito que seja possível», terminou.
Numa altura em que a Premier League procurará integrar a tecnologia da linha de golo na sua competição, o mais rapidamente possível, a UEFA não parece querer rumar pelo mesmo caminho.