Milhares de portugueses responderam hoje ao apelo da seleção portuguesa de futebol e apresentaram-se no estádio de Alvalade para uma lotação longe de esgotada do penúltimo capítulo do filme do apuramento para o play-off do Mundial 2014.
Naquela que, muito provavelmente, foi a última noite de um longo e inesperado verão, muitos foram aqueles que preferiram passar o serão a ver Portugal tentar segurar a qualificação para o “play-off” de apuramento para o Brasil.
Nem as cores berrantes das cadeiras de Alvalade esconderam as crateras existentes nas bancadas, compostas, mas longe de estarem repletas, mas nem por isso menos entusiastas num momento de tudo ou nada para os destinos da seleção nacional no apuramento para o Mundial de 2014.
Com o vermelho como cor de traje dominante, num campo obrigatoriamente verde, saltaram à vista as bandeiras, mais ou menos grandes, num tamanho equivalente ao número de amigos que se juntaram para apoiar a seleção das “quinas”.
Ocasionalmente, os olhos detetam uma bandeira de Israel, num azul e branco raro, só visto no equipamento dos internacionais que aqueciam em campo.
Enquanto a bola não começa a rolar, testam-se as palmas, os cânticos, puxa-se pelos homens da casa, ignora-se a enumeração dos jogadores israelitas, que é acompanhada de fotos identificadas nos ecrãs do estádio de Alvalade, assobia-se discretamente a equipa de arbitragem.
Mal se houve o anúncio da constituição, os “ânimos” exaltam-se e os aplausos entram em crescendo, ameaçando atingir o expoente máximo com Rui Patrício, Cédric ou André Martins, os homens da “casa”, mas só o atingindo com Cristiano Ronaldo e Nani, outro dos “produtos” da Academia “leonina”.
O público, em palco leonino, não esquece a traição de João Moutinho, aplaudindo menos, mas mostra ter a garganta preparada para gritar “Portugal, Portugal”.
Dir-se-ia que a maioria hoje pertence aos jovens que, no apoio à seleção, não esqueceram os cachecóis, as t-shirts com o “12” impresso ou os bonés temáticos.
Enquanto os vendedores de ocasião vão tentando vender gelados e lá em baixo os jogadores nacionais aquecem testando os reflexos de Rui Patrício, tiram-se as fotos da praxe, com o relvado como pano de fundo e a recordação de “quão emocionante é uma partida de futebol” nos altifalantes de Alvalade.