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A guerra ridícula entre Pinto da Costa e Bruno de Carvalho

O futebol move massas e mexe com as emoções. Poucas são as áreas da sociedade mundial que conseguem tamanha dimensão e, quando isto acontece, as ações e as palavras dos líderes das instituições que aqui se movimentam podem ter enormes repercussões. A guerra entre Bruno de Carvalho e Pinto da Costa só tem empobrecido o futebol português.

A guerra ridícula entre Pinto da Costa e Bruno de Carvalho

As últimas décadas do futebol luso habituaram os adeptos dos respetivos 'clubes grandes' - Benfica, FC Porto e Sporting - a trocas de palavras constantes e muito pouco simpáticas entre os seus presidentes. Pinto da Costa iniciou este estilo de atuação e, todos os portistas que têm criticado Bruno de Carvalho pela sua postura, certamente se esqueceram do alarido que o líder azul e branco tem criado e continua a criar.

O futebol nacional ficará para sempre manchado com as escutas reveladas na Internet de conversas muito pouco legais entre Pinto da Costa, membros da arbitragem e outros altos responsáveis da modalidade, combinando nomeações e aconselhando atuações em jogos que ainda nem tinham acontecido. Infelizmente, essas escutas nunca foram consideradas válidas junto dos órgãos judiciais e deu-se base a um exemplo muito perigoso: para se ganhar continuamente em Portugal, é preciso uma movimentação muito ágil por detrás das cortinas.

Talvez por isso, Luís Filipe Vieira tenha adotado um discurso mais agressivo nos últimos anos. Com uma prestação desastrosa em termos de títulos no final dos anos 90 e no início do século XXI, o Benfica precisa de regressar à glória dos velhos tempos. Além de um enorme investimento, a estrutura das águias percebeu que seria fundamental aproximar o seu discurso com o discurso do principal rival: o FC Porto.

Assim que ganhou as eleições em Alvalade, à segunda tentativa, Bruno de Carvalho não perdeu tempo. Contratou um dos melhores treinadores portugueses da atualidade – Leonardo Jardim – e tratou de começar a ‘espicaçar’ os seus rivais mais diretos, principalmente o FC Porto, com palavras duras e, não raras vezes, desrespeitosas em relação aos mesmos. A facilidade com que se apelida de «senil» um presidente de um clube rival é algo que apenas acontece em Portugal.

No final de contas, quem perde é o futebol português. A postura dos dirigentes dos clubes com maiores recursos é lastimável, ridícula. Os adeptos seguem na mesma sintonia e adotam comportamentos muito pouco exemplares. Os jogadores também. E, no meio de tudo isto, os árbitros continuam a ser o alvo mais fácil e frequentemente escolhido para justificar desaires que não estavam nos planos dos denominados ‘grandes’. Esses que mandam e querem sempre mandar.

A recente guerra de palavras entre Bruno de Carvalho e Pinto da Costa é apenas mais um episódio que, de tão frequente nas lides futebolísticas lusas, já nem surpreende os fãs portugueses do desporto rei. É pena, principalmente para um país que até tem dado algumas cartas além-fronteiras e possui dois representantes nos quartos-de-final da Liga Europa.

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