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Euro-2004: Festa contínua em tons de verde e vermelho

Luiz Felipe Scolari “pediu uma bandeira em cada janela” e os portugueses responderam ao repto do selecionador, estendendo a festa do Euro2004 de futebol até mesmo para lá da desilusão da derrota na final, com a Grécia (1-0).

Euro-2004: Festa contínua em tons de verde e vermelho

Há 10 anos, entre o jogo de abertura, a 12 de junho, e a final do Europeu, a 04 de julho, Portugal viveu uma comunhão num ambiente festivo nunca antes visto numa manifestação desportiva no país e o treinador brasileiro foi um dos impulsionadores do fenómeno.

Um pouco por todo o lado, o verde e vermelho da bandeira portuguesa, a decorar portas, janelas e veículos, espelhava o espírito desejado por Scolari, que na véspera da estreia insistiu no tema: “Nesta fase, não existe Porto, Lisboa ou Faro, é tudo Portugal”, disse então.

Quando a bola começou a rolar no Euro2004, mesmo apesar da derrota de Portugal no primeiro jogo, no Estádio do Dragão, também frente à Grécia (2-1), o ambiente de exaltação repetia-se diariamente e avolumava-se nos dias de jogo de Portugal, que até à final não voltaria a conhecer a derrota.

No primeiro Euro em que a UEFA decidiu criar um espaço lúdico associado à competição, o “Fan Park”, instalado no Parque das Nações, em Lisboa, e com dois ecrãs gigantes, encheu-se de cada vez que seleção lusa jogava.

E experiência de união em torno da seleção tinha réplicas noutras zonas da capital, bem como no Porto e noutras cidades do país, e até mesmo no estrangeiro, de Paris a Caracas, onde os emigrantes iam dando mostras do seu patriotismo à medida que celebravam o avanço da seleção.

Na altura, o sociólogo Carlos Fortuna, que viu na “febre” das bandeiras um “nacionalismo barato, imediatista e pouco consistente”, considerou o entusiasmo em torno do futebol “a plena consciência nacional do fracasso” de um país, que, na sua opinião, tinha muito pouco com que se entusiasmar.

Esse entusiasmo, que continuou a crescer, teve o seu ponto máximo no dia da final, quando milhares de pessoas com as cores de Portugal bordejaram a estrada entre o centro de estágio de Alcochete e o Estádio da Luz, em Lisboa, numa inédita manifestação de apoio à seleção.

No trajeto até ao palco do jogo, transmitido em direto pelas televisões, o autocarro da equipa portuguesa foi acompanhado por centenas de motas, e a seleção de Figo, Rui Costa e do jovem Cristiano Ronaldo recebeu um aplauso contínuo vindo da berma da estrada.

“Não foram só os jogos, os estádios, a disciplina, a organização, a ausência de hooliganismo, mas também o povo português, que teve sempre este Europeu no coração”, afirmou o então presidente da UEFA, Lennart Johansson, depois de o diretor executivo, Lars-Christer Olsson, ter considerado o Euro2004 o melhor Europeu de sempre.

O espírito manteve-se mesmo para lá da final e das lágrimas derramadas pela oportunidade única desperdiçada: um pouco por todo o país, sem a euforia das vitórias, alguns milhares foram celebrar a boa imagem que Portugal deixou e que desde então fortaleceu a ligação entre adeptos e seleção.

Confira aqui tudo sobre a competição.

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