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Recurso ao vídeo-árbitro no Mundial de clubes demorou mais de dois minutos

O árbitro húngaro Viktor Kassai demorou hoje mais de dois minutos a assinalar um penálti, com recurso ao vídeo-árbitro, a favor dos japoneses do Kashima Antlers frente aos colombianos do Atlético Nacional, na meia-final do Mundial de clubes.

Recurso ao vídeo-árbitro no Mundial de clubes demorou mais de dois minutos

Aos 27.51 minutos, um defesa do Atlético Nacional rasteirou um jogador do conjunto japonês, num lance que não foi visto pelo árbitro de campo, e jogo prosseguiu até aos 28.54, momento em que Kassai, avisado pelo vídeo-árbitro, interrompeu o encontro, aquando de um lançamento lateral.

Depois de uma breve conversa com o vídeo-árbitro, o juiz húngaro anunciou que ia visionar o lance (29.36 minutos) e tomou a decisão aos 30.05, com a marcação da grande penalidade a acontecer aos 32.10, mais de quatro minutos depois de a infração ter sido cometida.

Contactado pela agência Lusa, o antigo árbitro internacional português Duarte Gomes considerou que “é muito tempo” para tomar uma decisão e que este período de testes serve para “perceber como é que se consegue agilizar a questão do tempo”.

“O tempo é quase tão importante como a questão da decisão. Como é óbvio, tomar a decisão certa é o mais importante para o futebol, mas conseguir fazê-lo no menor tempo de interrupção possível e com a maior eficácia é o grande desafio”, disse.

Duarte Gomes considera que “o que aconteceu foi que o árbitro não tomou uma decisão, não viu o penalti e o jogo continuou” e, enquanto “o jogo continua, o vídeo-árbitro, que percebeu que havia ali algo anormal, estava a analisar as imagens”.

“Só depois de analisar e ver que havia alguma infração é que comunicou com o árbitro. O problema do tempo vai ser sempre maior quando o árbitro não toma uma decisão do que quando toma, porque quando o árbitro marcar um penalti e o vídeo-árbitro disser que não é, será mais rápido, porque o jogo está parado”, referiu.

Caso uma das equipas tivesse marcado um golo neste período, Duarte Gomes diz que o árbitro devia anular o golo e assinalar a grande penalidade. Uma decisão pode ser alterada até que haja uma reposição de bola em jogo, por exemplo, no meio-campo, após um golo, ou num lançamento de linha lateral.

Duarte Gomes recorda que “o vídeo-árbitro não toma decisões sozinho”, que pode dizer que não tem dúvidas e o árbitro pode aceitar a sua decisão ou dizer que tem dúvidas e pedir ao juiz de campo para analisar o lance.

“O árbitro não pode parar o jogo para esperar por uma decisão. Ou marca ou não marca. Se marca, pode adiar a marcação do penalti, para esperar por uma decisão do vídeo-árbitro. Se não marca, o jogo tem de decorrer até haver uma decisão do vídeo-árbitro. Ele não pode parar o jogo para pedir uma decisão, não pode pôr a decisão na mão do vídeo-árbitro”, afirmou.

A equipa colombiana protestou a decisão do árbitro por considerar que o jogador japonês que sofre a falta estava em posição irregular e Duarte Gomes entende que deveria ter sido assinalado fora de jogo, porque a bola se dirigia para aquela zona do campo, mas realça que a utilização do vídeo-árbitro está ainda em fase experimental e "é muito difícil de operacionalizar".

"Uma vez que o assistente não assinalou o fora de jogo, o vídeo-arbitro focou-se na situação de grande penalidade e o árbitro tomou a decisão com base na análise das imagens do contacto (...). Houve um erro, porque, uma vez que reviram as imagens para o penalti, deviam ter analisado a jogada desde o início (...). O facto de o jogador estar em fora de jogo, influencia o adversário que comete a falta", explicou Duarte Gomes.

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