O empresário Joe Berardo disse hoje compreender a “defesa” da SAD do Benfica à sua Oferta Pública de Aquisição (OPA), que terá servido para os dirigentes aprenderem, reiterando que o clube da Luz é “pilar cultural da sociedade portuguesa”.
“Acabei de ler por alto. Vou analisar mais detalhadamente com os meus advogados, mas compreendo plenamente a defesa à OPA. Aliás, isto serviu para a SAD aprender a defender-se, para ver como funciona, mas a minha OPA ainda está no mercado e os accionistas é que vão decidir se vendem”, disse, em declarações à Agência Lusa.
Num relatório, o conselho de Administração da SAD benfiquista considerou que a OPA sobre 85 por cento das acções da Benfica SAD “não é oportuna” por não reunir “as condições adequadas à aceitação da mesma” e que a oferta de 3,5 euros por acção, através da empresa Metalgest, é “inferior à cotação média ponderada (3,94 euros)”.
“Fiz uma oferta inicial de 30 por cento acima do preço de mercado, mas tive que aumentar para 85 por cento das acções e houve aquela contra-proposta dos chineses e os valores estão a crescer. Compreendo os accionistas”, continuou Berardo, referindo-se à valorização das acções e às notícias sobre outra alegada OPA de investidores asiáticos.
Berardo sublinhou a vontade de ver o Benfica “na mão dos sócios”, avançando com a ideia de 51 por cento do capital permanecer sempre na posse do clube e os restantes 49 por cento poderem “flutuar livremente no mercado”.
“O Benfica não pode pertencer ao Berardo, ao Luís Filipe Vieira (presidente), ao Joaquim Oliveira, nem a chineses ou russos. Espero que nunca aconteça porque é um pilar cultural da sociedade portuguesa”, concluiu.
Joaquim Oliveira, proprietário do Grupo Controlinveste, é um dos maiores accionistas individuais da Benfica SAD, a par de Manuel Vilarinho, presidente da Mesa da Assembleia Geral do Benfica.
Após a requisição do registo, efectuada quinta-feira e que implica a entrega dos projectos de prospecto e de anúncio de lançamento ao regulador do mercado e à SAD do Benfica, que já reagiu, a Comissão de Mercados de Valores Mobiliários vai analisar se a OPA reúne todas as condições para seguir em frente.
LUSA