Crónica: Benfica sofre muito, mas arrecada vitória merecida sobre o AEK em Atenas

Mais inteligente do que o adversário, a tirar bem partido de uma defesa grega com muitos 'rombos', o Benfica marcou por duas vezes na primeira parte, antes de, quase em cima do intervalo, ver Rúben Dias ser expulso, por segundo cartão amarelo - uma situação que quase deitou tudo a perder.

Para a segunda parte, Rui Vitória teve de aplicar um 'plano de emergência', fazendo entrar Lema e 'sacrificando' Sálvio, verdadeiro talismã dos 'encarnados' esta época - sempre que não jogou, a equipa não ganhou. A opção era, decididamente, aguentar a vantagem, que até era boa.

A partir daí, a palavra de ordem foi suster o jogo ofensivo do AEK, uma reação previsível, que se intensificou depois do primeiro golo grego, quando ainda havia muito minuto para jogar. Depois, tudo parecia avançar para 'pesadelo', quando o AEK empatou.

Mas o surpreendente Alfa Semedo marcou de novo para o Benfica, no que foi o quebrar da equipa grega - faltava um quarto de hora para acabar e já não houve fôlego para mais vagas ofensivas da formação da casa.

Pela segunda vez esta época, o Benfica triunfa na Grécia - a primeira foi no 'play-off' da prova, quando foi golear por 4-1 em Salónica.

Por outro lado, estanca uma série traumática de jogos sem ganhar: todos os seis da última época, a derrota com o Dortmund na época anterior e recentemente com o Bayern.

Ao mesmo tempo, Bayern e Ajax empataram 1-1, ficando irmanados na frente com quatro pontos, mais um do que o Benfica.

Começou cedo a vantagem dos benfiquistas, logo aos seis minutos. Barkas não afastou com eficiência uma bola de Gedson e, na recarga, Seferovic estava em situação ideal para enviar a bola para o fundo.

E ao quarto de hora a vantagem ampliou-se, sem surpresas, com o espanhol Grimaldo a incorporar-se na frente de ataque, para um cabeceamento 'atípico', após a bola ressaltar no chão, à sua frente.

Ambos os golos dos 'encarnados' revelaram deficiências defensivas do campeão grego, que, no entanto, recebeu um 'balão' de motivação extra nos descontos do primeiro tempo.

Rúben Dias já tinha visto o cartão amarelo e por nova falta, claríssima e dispensável, recebeu ordem para seguir mais cedo para o balneário.

Na segunda parte, o AEK fez o que lhe competia, com o espaço criado pela vantagem numérica e no meio-campo (Sálvio fazia muita falta). Criou desequilíbrios, por vezes no limite do fora de jogo, de que resultaram os dois golos do AEK.

Ambos foram apontados pelo médio belga Viktor Klonaridis, aos 53 e 63, deixando a clara sensação de que a reviravolta era possível.

Um dos homens que Rui Vitória lançou para 'segurar' o jogo em zona mais adiantada, Alfa Semedo, seria a 'arma secreta' para a vitória, com um lance individual, aos 74, que terminou com um remate cruzado e o golo.

A história estava feita, de um jogo que acabou por se resolver por questões de pormenor, já que em termos de ocasiões pode dizer-se que as duas equipas se equivaleram.