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Apito Dourado: Licínio Santos errou ao deixar cartão amarelo no bolso - Vítor Pereira

O perito Vítor Pereira afirmou hoje em tribunal que o árbitro e arguido do “Apito Dourado” Licínio Santos errou ao não mostrar um cartão amarelo a um jogador do Gondomar que derrubou um adversário do Vizela.

“Neste caso concreto, não deveria aplicar a lei da vantagem, mas parar o jogo e aplicar o amarelo”, disse o ex-árbitro, justificando a sua opinião porque “a grande intensidade como os jogadores iam à bola”, ainda numa fase inicial da partida, “indicava que era preciso alguma cautela”.

Em causa estava o derrube de um jogador do Vizela, aos 09 minutos do jogo, numa falta cometida por detrás e que, segundo Vítor Pereira, deveria ter sido penalizada com cartão amarelo, segundo as regras vigentes à época (2003/2004).

Vítor Pereira, que é presidente da Comissão de Arbitragem da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP), fez esta observação no reatamento do julgamento do processo “Apito Dourado” de Gondomar, ao analisar uma gravação, em vídeo, do jogo Vizela-Gondomar.

“A tendência é proteger os artistas”, diria mais tarde, a perguntas do advogado Carlos Duarte, que também é árbitro e que defende neste processo os árbitros José Saramago e António Eustáquio.

Ainda não foram analisados mais lances alegadamente decididos de forma duvidosa.

Licínio Santos, o árbitro deste jogo, está acusado no “Apito Dourado” de Gondomar, da prática de dois crimes de corrupção desportiva passiva.

Problemas de ordem técnica perturbaram o visionamento dos lances o que levou Vítor Pereira a afirmar: “Na peritagem, estávamos com outras condições”.

As peritagens destinam-se a avaliar erros, eventualmente cometidos, mas não a determinar se eles foram deliberados.

“Não ajuizamos intenções, ajuizamos factos”, observou a propósito o presidente da Comissão de Arbitragem da LPFP.

Caso Vítor Pereira conclua o seu testemunho na tarde de hoje, na sessão de quinta-feira vai ser ouvido Jorge Corado, igualmente como perito designado pelo MP.

Este ex-árbitro internacional de futebol escreveu, em 2006, um livro em que assumiu ter recebido várias prendas.

Já no último dia de Março, prevê-se que o tribunal de Gondomar ouça outro perito e também ex-árbitro,, Adelino Antunes.

Estes peritos em arbitragem analisam os 26 jogos do Gondomar SC em que, na convicção do MP, terá havido adulteração da verdade desportiva por parte dos árbitros acusados de crimes de corrupção.

Vários arguidos requereram o pedido de esclarecimentos à Comissão de Apoio Técnico da Federação Portuguesa de Futebol.

No início desta nova fase do julgamento, a defesa do principal arguido, José Luís Oliveira, fez-se acompanhar do antigo árbitro José Leirós, como seu conselheiro técnico.

O processo Apito Dourado de Gondomar está a ser julgado desde 11 de Fevereiro.

Valentim Loureiro (ex-presidente da Liga de futebol e presidente da autarquia de Gondomar), José Luís Oliveira (ex-presidente do Gondomar Sport Clube e vice-presidente da Câmara de Gondomar) e Pinto de Sousa (antigo responsável pela arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol) são os principais acusados.

Com mais 21 arguidos, são suspeitos de terem montado um esquema para induzir os árbitros a beneficiar o Gondomar SC, na época 2003/2004.

O processo “Apito Dourado”, que incluiu investigações a alegados casos de corrupção e tráfico de influências no futebol profissional português, foi desencadeado a 20 de Abril de 2004 com a detenção para interrogatório de vários dirigentes e árbitros de futebol.

Carneiro da Silva, o juiz-presidente, disse que o antigo presidente do Vitória de Guimarães, Pimenta Machado, se comprometeu a comparecer em tribunal a 08 de Abril.

O dirigente não chegou a testemunhar dia 11, ao contrário do que estava previsto, porque o tribunal não o conseguiu notificar.

O juiz-presidente indicou também que segunda-feira, dia 31, a sessão começa às 10:30.

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