Síntese: Benfica faz três golos em Liverpool, City sofre em Madrid para passar

Era impensável um cenário hipotético de o Benfica fazer três golos em Liverpool, que era justamente o que os ‘encarnados’ precisavam para ultrapassar a eliminatória, desde que mantivesse a sua baliza inviolável, mas a verdade é que não só os marcou como viu ainda mais dois golos serem anulados a Darwin Nuñez.

De resto, o avançado uruguaio passou a ser a partir de hoje o melhor marcador da história do Benfica na Liga dos Campeões, com seis golos esta época, superando o registo de Nuno Gomes, na época 98/99, com cinco tentos.

A verdade é que o Benfica só não chegou a ameaçar o apuramento do Liverpool devido às suas falhas defensivas, que começaram cedo, aos 21 minutos, quando Ibrahima Konaté, inaugurou o marcador na sequência de um pontapé de canto, tal como no estádio da Luz, na primeira mão.

A defesa ‘meteu água’ ao permitir que o central francês saltasse sozinho à entrada da pequena área e cabeceasse à vontade para o fundo das redes, com os defesas pregados na relva, e voltaria a meter aos 55 minutos, com responsabilidade repartida entre Vlachodimos e Verthongen, cujo corte proporcionou o segundo golo do Liverpool, por Roberto Firmino.

No entanto, o Benfica, que chegou ao intervalo empatado a um golo, por Gonçalo Ramos, voltou a fazer uma excelente segunda parte, como já tinha acontecido no jogo da Luz, e depois de estar a perder por 3-1, mais uma vez com um golo sofrido num lance de bola parada, desta vez, um livre, de novo por Firmino.

A formação de Nélson Veríssimo conseguiu fazer o 3-2, por Roman Yaremchuk, o 3-3, por Darwin Nuñez, e só não fez o 4-3 porque o uruguaio estava em posição irregular quando recebeu a bola e também devido a ‘enorme’ defesa de Alisson.

A entrada do avançado ucraniano após o intervalo deu outra acutilância ao ataque do Benfica e permitiu a Darwin Nuñez descair para a esquerda, como gosta, e estar mais solto das marcações dos defesas ingleses.

É verdade que o Liverpool jogou com um onze que incluiu apenas três habituais titulares, o guarda-redes Alisson, o central Matip e o avançado Diogo Jota, mas o plantel dos ‘reds’ tem muita qualidade e a opção inicial de Jürgen Klopp não diminui o mérito da exibição e do resultado obtido pelo Benfica em Anfield Road.

No outro jogo de hoje dos quartos de final, o Manchester City garantiu uma vaga nas meias-finais, ao empatar sem golo no Wanda Metropolitano, mas sofreu muito, porque o Atlético Madrid deu luta férrea até ao derradeiro minuto do tempo de compensações, que foi de mais de 10 minutos.

Ao contrário do que seria expectável, Diego Simeone foi muito mais ousado do que fora em Inglaterra, jogou em pressão alta quase o tempo todo, com os avançados a pressionarem fortemente logo na saída de bola do City, no último terço do terreno, o que obrigou a que os seus jogadores jogassem nos limites da entrega e da superação.

A verdade é que os ‘colchoneros’ nunca permitiram ao City tomar conta do jogo, como costuma fazer em 90 por cento dos jogos, dividindo o ascendente com o adversário, e o golo só não caiu para nenhum dos lados porque as defesas, ambas, estiveram em altíssimo nível de eficácia.

No último quarto de hora, o Atlético forçou com tudo, apelando ao espírito guerreiro dos seus jogadores, e criou situações de aflição tremenda junto à baliza de Ederson, que conseguiu com muita dificuldade evitar que a sua baliza fosse violada.

O central ex-FC Porto Felipe seria expulso aos 90+1 minutos, após uma entrada sobre Phil Foden que gerou burburinho gigante, mas, mesmo com menos uma unidade, o Atlético ‘encostou às cordas’ o City e merecia o prolongamento.

As meias-finais da Liga dos Campeões vão ter dois ‘duelos’ entre ingleses e espanhóis, o Manchester City-Real Madrid e o Liverpool-Villarreal, com primeira mão em 26 e 27 de abril e segunda em 03 e 04 de maio.