Crónica: Reviravolta famalicense e final ‘louco’ deixam Belenenses SAD em ‘maus lençóis’

Um autogolo de Alex Nascimento, aos 44 minutos, deixou os lisboetas em vantagem ao intervalo, mas Adrián Marín, aos 67, e Bruno Rodrigues, aos 76, colocaram a equipa nortenha na frente. Aos 90+3, Baraye ainda igualou para o Belenenses SAD e acalentou esperanças ‘azuis’, mas Pêpê Rodrigues deu a ‘machadada’ final, com o golo aos 90+5.

Quem festejou este desfecho foi o Arouca, que assegurou a manutenção na I Liga, o que deixa Belenenses SAD, Moreirense e Tondela a discutirem, na última jornada, um lugar no ‘play-off’ com o terceiro classificado da II Liga, mas os ‘azuis’ não dependem de si, tendo de vencer e esperar que os dois adversários não vençam as suas partidas.

Apresentando um ‘onze’ inicial mais ofensivo do que o habitual, os ‘azuis’ desde muito cedo mostraram o que pretendiam e dispuseram de oportunidades madrugadoras, aos oito minutos, num cabeceamento de Abel Camará, e, aos 12, num cruzamento largo de Diogo Calila a testar a atenção do brasileiro Luiz Júnior, a tirar com a ponta dos dedos.

Após a pressão inicial do Belenenses SAD, o Famalicão conseguiu estabilizar, de alguma forma, o seu jogo, embora sem criar qualquer calafrio junto da baliza de Luiz Felipe, e a equipa lisboeta voltou a ameaçar, já aos 34, num lance perdido de forma inacreditável.

O senegalês Baraye ‘fugiu’ pelo corredor direito, numa transição veloz, sem ninguém o conseguir travar, e, na zona de cruzamento, entregou rasteiro para o ‘coração’ da área, onde surgiu Pedro Nuno a rematar bastante torto, mas a bola ainda sobrou para Abel Camará, que, contudo, não deu a melhor sequência e a jogada acabou por se perder.

Apesar das tentativas frustradas, e numa altura em que a partida estava algo confusa e atabalhoada, o Belenenses SAD chegou mesmo ao golo, em cima do descanso, graças a um corte infeliz de Alex Nascimento para a própria baliza, quando tentava evitar que o cruzamento rasteiro de Baraye chegasse a colegas em excelente posição para finalizar.

O tento no final da primeira parte transfigurou por completo o encontro para a etapa complementar, na qual o Famalicão tomou conta do jogo, perante um Belenenses SAD mais contido, à procura de segurar tão importante vantagem para se manter na I Liga.

Cádiz acertou no poste, aos 57 minutos, na principal ocasião dos minhotos até à altura, com a bola ainda a bater nas costas de Luiz Felipe, que depois segurou, mas a turma de Rui Pedro Silva chegaria mesmo à igualdade 10 minutos depois, por Adrián Marín, que ‘fuzilou’ na cara de Luiz Felipe, após assistência de Pêpê Rodrigues, com o jogo partido.

Prova disso foi o facto de Baraye, na jogada anterior, ter decidido mal na grande área, no que poderia ter sido o 2-0 para os ‘azuis’, que voltaram a ameaçar por Abel Camará, que ganhou nas alturas, na sequência de um canto, aos 73, para defesa de Luiz Júnior.

Rui Pedro Silva colocou Banza e Bruno Rodrigues aos 74 minutos, numa aposta que se viria a revelar certeira em apenas dois minutos, quando o primeiro assistiu o segundo para a reviravolta famalicense, numa jogada onde se destaca o passe sublime de Pêpê.

No espaço de nove minutos, a turma de Franclim Carvalho perdeu a oportunidade de só depender de si na derradeira ronda do campeonato, mas, aos 90+3, quando tudo já parecia perdido, Baraye empatou o jogo, numa jogada confusa na área do Famalicão.

Desde o segundo golo famalicense que a partida seguia a toada de bolas ‘bombeadas’ diretamente para a área dos forasteiros e, com a igualdade conquistada, o Belenenses SAD balanceou-se ainda mais para a frente, o que resultou no terceiro golo nortenho, com Pêpê Rodrigues a aproveitar um erro defensivo e a sentenciar o triunfo, embora os ‘azuis’ ainda tenham colocado a bola no interior da baliza, mas em posição irregular.