Sérgio Conceição: «Estar neste clube não corresponde certamente a esta imagem»

“Faltou intensidade, agressividade, alegria no jogo e tudo aquilo que é a base da equipa, que já demonstrámos neste e em outros anos, bem como neste jogo em Madrid [derrota por 2-1, na jornada inaugural], que foi elogiado por todos como uma exibição acima da média. Mesmo na pré-época, e sem ter qualquer objetivo num jogo de preparação, que não estávamos desta forma que estivemos hoje.

É difícil de explicar. Sei o que é que nos faltou e vamos analisar tudo e conversar com os atletas, porque estar neste clube não corresponde certamente a esta imagem. Depois, essas características, associadas à maturidade, têm de estar presentes na ‘Champions’. Senão, com todo o respeito pelo futebol de um país que conheço e não é fácil, acontece aquilo que um clube belga conseguiu fazer em nossa casa. Não é normal nem habitual.

Podem-se arranjar mil e uma coisas para nos desculparmos. Não temos de nos desculpar, mas olhar para o jogo com o Estoril [Praia, no sábado, da sétima jornada da I Liga], que será difícil e importante na nossa caminhada. Há que perceber que com estes atletas já ganhámos a um rival direto [3-0 ao Sporting, na terceira ronda] e fizemos uma exibição muito acima da média em Madrid. Nem tudo estava uma maravilha e agora está mal.

Foi um dia realmente mau e difícil de aceitar, porque representamos um emblema com peso e história nesta competição e tem uma imagem completamente diferente desta que demos. Cá estamos para analisar este encontro e olhar já para o Estoril como uma final.

Tínhamos gente rápida para ferir o opositor, mas não fomos tão pressionantes na zona mais alta do campo e demos iniciativa ao adversário. Conseguimos no início roubar uma ou outra bola e sair com perigo para o ataque, onde definimos mal. A situação do penálti também é estranha, porque o Diogo [Costa] é talvez um dos melhores [guarda-redes] do mundo a jogar com os pés e meteu uma bola de forma precipitada numa zona que não pode. Houve uma hesitação do Pepe e a falta do João Mário. Tudo criou intranquilidade.

Depois do penálti, o Club Brugge aproveitou e saiu com perigo para o ataque. A equipa começou a sentir-se intranquila sem necessidade. Um erro pode acontecer e faz parte do jogo. O que não faz parte foi o que se passou depois disso. Não fomos equipa, mas a começar por mim. Não estou a fugir de nada. Assumo a responsabilidade e dou a cara perante todos. Cabe-me perceber que deste modo não se pode representar o FC Porto”.