Ligas Europeias preocupadas com novo sistema de transferências da FIFA

A FIFA pretende implementar em 2012 um sistema diferente de intermediação de jogadores, com o acesso “free for all” e com a gestão a ser feita não por este organismo e pelas federações nacionais, mas sim pelos clubes e jogadores.

Ora, de acordo com o dirigente português, todas estas alterações vão criar um “caos” no sistema de transferências.

Por isso, a EPFL diz-se preparada para negociar com a FIFA esta alteração prevista, de modo a proteger cada vez mais os jovens jogadores e não deixar espaço à criação de uma total instabilidade contratual.

“A FIFA chegou, recentemente, à conclusão de que 75 por cento das transações não cumprem com os regulamentos existentes. Há um fracasso absoluto neste sistema e urge resolvê-lo. Esta conclusão é traumática”, disse.

Emanuel Macedo de Medeiros é um dos oradores convidados do I Congresso da Associação Nacional de Agentes de Futebol (ANAF), que hoje decorre no auditório do Instituto Superior da Maia (ISMAI).

Preocupado com este rumo, enalteceu o papel do desporto na Europa e mostrou alguns exemplos para defender a sua tese.

“Em 2004, o desporto promoveu receitas globais de 407 mil milhões de euros, ou seja, 3,7 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) da União Europeia (UE). Além disso, ocupou 15 milhões de postos de trabalho, 5,4 por cento do PIB”, concluiu.

Gianluca Monte, em representação da União Europeia, mostrou disponibilidade para ajudar na delineação de novos cenários na intermediação de jogadores, mas apresentou-se mais como órgão consultivo do que legislativo.

Roberto Branco Martins, secretário geral da Associação Europeia de Agentes, também considerou “fundamental” criar-se um novo sistema e, tal como Emanuel Macedo de Medeiros, falou na necessidade de criação de Casas de Transferências nacionais e uma europeia, esta última para supervisionar todo o mercado e fluxos monetários envolvidos.