Crónica: Benfica passa por 'calafrios' mas supera Gil Vicente na reta final

Chiquinho, aos 73 minutos, inaugurou marcador, e Grimaldo, aos 86, deu volume ao resultado, numa grande penalidade a castigar um desvio com a mão de Rúben Fernandes a um cabeceamento Petar Musa, outros dos jogadores lançados na parte final.

Com este triunfo, os ‘encarnados’, que somaram o segundo êxito consecutivo, após dois desaires, reforçam a liderança do campeonato, passando a somar 77 pontos, mais seis que Sporting de Braga, e mais sete que o FC Porto, que só joga este domingo.

Já o Gil Vicente, que somou o sétimo jogo consecutivo sem vencer e perdeu a invencibilidade caseira que detinha desde novembro do ano passado, continua em 14.º, com os mesmos 31 pontos, que ainda não garantem a manutenção.

Para fortalecer as respetivas contas na tabela, os dois conjuntos precisavam de vencer, mas foram os lisboetas, que se apresentaram com Florentino no lugar Chiquinho, a forçar uma entrada mais pressionante.

Gonçalo Ramos, logo aos cinco minutos, deixou um primeiro aviso aos gilistas, com um remate forte, desviado pelo guardião Andrew Silva, num lance que serviu de ‘despertador’ para os minhotos.

A equipa de Daniel Sousa, que surgiu com três alterações no ‘onze’, com as entradas de Gabriel, Pedro Tiba e Boselli, foi, paulatinamente, ‘perdendo o respeito’ ao Benfica, e mostrando argumentos nas saídas para o contra-ataque, visando a baliza de Vlachodimos.

O guardião grego teve mesmo de se aplicar ao fundo, aos 19 minutos, para travar duas iniciativas do Gil Vicente, primeiro num belo tiro de Boselli, após trabalho individual, e, logo a seguir, numa tentativa de canto direto de Murilo.

Esta audácia dos nortenhos, sólidos a defender e velozes nos contragolpes, fez 'soar os alarmes' no Benfica, que, mesmo sentido algumas dificuldades na definição final, voltou, a partir da meia hora, a carregar no ‘acelerador’ e a empurrar os ‘galos’ às cordas.

Nesse período, Gonçalo Ramos, após boa jogada de Rafa, chegou mesmo a introduzir a bola na baliza contrária, mas com o lance a ser invalidado por fora de jogo.

Ainda assim, a decisão não esmoreceu os comandados de Roger Schmidt, que tinham em David Neres um dos mais inconformados, e já depois de terem visto outro golo ser negado por fora de jogo, começaram a dar protagonismo ao guarda-redes contrário Andrew Silva.

O guardião brasileiro foi, então, decisivo ao fazer arrastar o eletrizante ‘nulo’ até ao intervalo, travando, com um par de excelentes defesas, mais uma iniciativa de Neres e uma outra de Florentino.

O tempo de descanso fez melhor ao Gil Vicente, que surgiu com mais crença, perante um Benfica expectante e sem tanta rotação, permitindo três ameaças aos locais, em remates de Fran Navarro, Boselli e Pedro Tiba, este último a forçar Vlachodimos a uma das defesas da noite.

Nesta fase inicial da segunda parte, o Benfica estava a ser uma ‘sombra’ do que tinha mostrado na primeira etapa, com um futebol previsível e carente de soluções para travar um ascendente dos locais.

No entanto, aos 72 minutos, o técnico das águias’, Roger Schmidt, foi ao banco buscar um trunfo para desbloquear o desafio, com Chiquinho, logo no minuto seguinte, a ser 'letal' e inaugurar o marcador, desviando de cabeça um cruzamento de Aursnes, na direita.

Os minhotos, que não sofriam golos no seu estádio há três jogos, sentiram em demasia o golpe do adversário, e foram perdendo fulgor e concentração, comentando um erro fatal, aos 86 minutos, quando Rúben Fernandes cortou com a mão um cabeceamento do Petar Musa, num lance descortinado pelas imagens do VAR.

Na cobrança de castigo máximo, o espanhol Grimaldo não fraquejou, assinado o 2-0 que sentenciou o desafiou, num resultado que podia, ainda, ser mais dilatado, não fosse um remate de Petar Musa, já aos 90, ser devolvido pela trave.