O Paços de Ferreira foi despromovido à II Liga a duas jornadas do fim, numa época em que as correções feitas em janeiro foram insuficientes para anular um arranque em falso e um planeamento errático.
O técnico César Peixoto termina a temporada que iniciou, surpreendendo o regresso ao clube nove jogos depois de ter sido demitido e trocado por José Mota (numa mudança de cadeiras que também envolveu o interino Marco Paiva), mas as melhorias proporcionadas pelo mercado de janeiro foram insuficientes para corrigir um arranque desastroso.
O Paços somou dois pontos nas primeiras 14 jornadas e as razões deste insucesso podem explicar-se com as dificuldades do clube (em que os sócios são os acionistas) no mercado de transferências, também faltou sorte em muitos momentos, mas a aposta feita em jogadores jovens, sem conhecimento do clube e da I Liga, também pesou bastante.
Antunes, Luiz Carlos e Gaitán eram as referências e funcionavam como contrapeso, tinham experiência e qualidade, mas a idade, associada a lesões e castigos, obrigou a uma gestão ainda mais ponderada, diminuindo o acerto de uma equipa que passou a época em zona de descida, à exceção das duas primeiras rondas.
Peixoto regressou em janeiro, já com Marafona e Maracás na equipa, liderando uma lista de reforços que acrescentaram soluções e concorrência interna a um grupo que alcançou a primeira vitória à 16.ª jornada, diante do Rio Ave (1-0).
O Paços, que somou em Vila do Conde o sexto ponto, mas era último, a quatro pontos do Marítimo, também em lugar de descida, e a oito do Santa Clara, na altura em zona de play-off, logrou encurtar distâncias, mantendo viva a esperança de uma salvação que se perdeu a dois jogos do fim.
Neste trajeto, o melhor registo foram cinco pontos em três jogos, entre a 24.ª e a 26.ª jornadas, ainda assim curto para quem precisou sempre de muito.
O espanhol Butzke foi o melhor marcador da equipa, com seis tentos, e Antunes o mais utilizado, com 2.671 minutos.
Para memória futura fica ainda o registo de um dos piores ataques e uma das defesas mais batidas da Liga, numa época em que foram utilizados 37 elementos, dos quais 10 deixaram, entretanto, o plantel.
O Paços de Ferreira, penúltimo classificado, com 23 pontos, vê interrompido o trajeto na I Liga, onde contabiliza 24 presenças, e na próxima época vai disputar o segundo escalão, que já venceu em quatro ocasiões.