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I Liga: Pedro Henriques pede luta concertada pelo tempo útil

O aumento do tempo útil de jogo, prioridade do Conselho de Arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol na edição 2022/23 da I Liga, tem de ser pugnado por cada agente desportivo, admite o ex-juiz Pedro Henriques.

I Liga: Pedro Henriques pede luta concertada pelo tempo útil

“Tem de ser um trabalho concertado entre os árbitros, numa perspetiva de haver menos faltas e cartões e privilegiar o contacto físico, mas também dos próprios jogadores e dos treinadores, que, nos seus aspetos estratégicos, pedem muitas vezes aos guarda-redes que se deitem no chão, mandem a bola para fora do campo e demorem nas reposições. Depois, há que moralizar o público”, vincou à agência Lusa o antigo árbitro, de 57 anos.

A subida do tempo extra por substituição de 30 para 45 segundos, a punição mais célere dos guarda-redes por perda de tempo, o combate às simulações ou a obrigatoriedade de os jogadores substituídos abandonarem o terreno de jogo pela linha mais próxima foram instruções sugeridas pelo organismo presidido por José Fontelas Gomes para 2022/23.

“É lógico que o árbitro mete um jogo com mais movimento se privilegiar o contacto físico, deixar jogar e mostrar menos cartões. Ainda assim, ele não é médico e tem de chamar a equipa médica ao relvado quando um jogador sofre um toque no peito e fica agarrado à cara a contorcer-se de dores. Não há outra hipótese. Mesmo que o árbitro possa ter essa ideia de que um atleta se mandou para o chão, a equipa médica tem de lá ir”, ressalvou.

Pedro Henriques sentiu igualmente ter passado a haver esta temporada um aumento dos períodos de compensação, após o fim dos 90 minutos regulamentares, medida aplicada no Mundial2022, no Qatar, com diversos duelos a superarem a dezena de minutos extra.

“Sob o ponto de vista de haver mais minutos jogados, as indicações foram essas. Agora, isso não implica que as percentagens de tempo útil de jogo tenham melhorado assim tão significativamente. Não estamos tão mal, mas não estamos bem ainda. Obviamente, os descontos com mais de um dígito serão o futuro”, traçou o atual comentador televisivo e radiofónico, que arbitrou mais de 350 jogos nas duas divisões profissionais portuguesas.

A inflação substancial do tempo atribuído pelos árbitros visa compensar o tempo perdido quando há substituições, assistência médica em caso de lesões, marcação de penáltis, comemorações de golos ou o recurso do juiz principal às imagens do videoárbitro (VAR).

“Uma das indicações que está programada é mexer, pelo menos, nos descontos, já que não se consegue mexer muito no tempo útil de jogo. Os árbitros darão esse tempo extra que tiveram de dar para, de alguma maneira, fazer perceber às pessoas que não adianta que um jogador se mande para o chão ou simule lesões”, exemplificou Pedro Henriques.

A Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) começou a publicar esta época dados sobre o tempo útil de jogo das 306 partidas realizadas na elite e de outras 306 na II Liga.

A lista do escalão principal foi encimada pela derrota do despromovido Paços de Ferreira na receção ao Sporting (0-4), da 31.ª jornada, com uma taxa temporal de 69,92% em que a bola esteve efetivamente em jogo, ao movimentar-se dentro das quatro linhas e manter-se na posse de uma das equipas (65:40 minutos úteis para uma duração total de 93:55).

O pódio é completado pelos triunfos caseiros do campeão Benfica diante do Casa Pia (3-0) e do Gil Vicente (3-1), da 19.ª e 13.ª rondas, com percentagens de 69,14% (65:21 de minutos úteis em 94:31 totais) e 68,93% (65 jogados em 94:18 globais), respetivamente.

O registo mais baixo, de 40,3% (41:12 úteis), foi fixado no êxito caseiro do Portimonense sobre o Vitória de Guimarães (2-1), logo na terceira ronda, sendo perseguido pelo duelo entre o Vizela e o também ‘condenado’ Santa Clara (0-1), da 10.ª, com 44,59% (45:59), e por outra receção dos algarvios, perante o Marítimo (2-1), da 21.ª, com 46,18% (45:29).

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