Crónica: Penálti tardio e ajuda georgiana ‘seguram’ Portugal no Europeu Sub-21

No Estádio Mikheil Meskhi, em Tbilisi, o capitão da equipa das ‘quinas’ anotou esse golo providencial, aos 89 minutos, num jogo em que João Neves tinha inaugurado o marcador, aos 56, mas o suplente Yorbe Vertessen repôs o empate para os ‘diabos vermelhos’, aos 65.

Finalista derrotado em 1994, 2015 e 2021, Portugal terminou na vice-liderança da ‘poule’, com quatro pontos, atrás da anfitriã Geórgia, que empatou à mesma hora com os Países Baixos (1-1) e conquistou com surpresa o primeiro lugar, com cinco pontos, afastando os neerlandeses, que ficaram em terceiro, com três, e a Bélgica, quarta e última, com dois.

Os lusos vão agora encarar a Inglaterra, campeã em 1982 e 1984 e já vencedora do Grupo C, no terceiro duelo dos quartos de final da 24.ª edição do Europeu de sub-21, aprazado paradomingo, às 20:00 locais (17:00 em Lisboa), na cidade georgiana de Kutaisi.

Depois de ter sido suplente utilizado nas duas jornadas anteriores, Francisco Conceição assumiu a titularidade no trio atacante, em detrimento de André Almeida, e representou a única mudança na equipa de Rui Jorge, que exteriorizou algum nervosismo madrugador.

Ao segundo minuto, André Amaro perdeu a bola à saída da área portuguesa e deixou-se ultrapassar por Michel-Ange Balikwisha, que se isolou e tocou para Lois Openda rematar sem oposição ao poste e, na recarga, esbarrar nos reflexos do guarda-redes Celton Biai.

Pedro Neto rematou à figura de Maarten Vandevoordt na área contrária segundos depois, tendo esse início frenético rapidamente dado lugar a uma toada serena, na qual os lusos cresceram a partir de ameaças de Fábio Silva, aos 10 minutos, e Samuel Costa, aos 15.

A insistência na exploração da profundidade afetou, porém, o discernimento de Portugal, que jamais voltaria a subir com perigo no terreno e replicou erros defensivos, com Celton Biai a travar Balikwisha, aos 24 minutos, e a controlar nova incursão do extremo, aos 28.

O ritmo baixou a caminho do intervalo, que chegou com a reação dos Países Baixos em pleno tempo de compensação à vantagem temporariamente alcançada pela Geórgia no outro embate da ‘poule’, cenário mais favorável aos anseios dos anfitriões e da Bélgica.

Portugal resgatou fulgor na segunda parte através de Fábio Silva, que pecou na emenda ao canto de Pedro Neto, aos 48, oito minutos antes de ter cruzado na esquerda, com o esférico a fletir num opositor e a sobrar para João Neves, que, de primeira, abriu o ativo.

Os vice-campeões em título estavam pela primeira vez em posição de acesso à próxima fase, mas recuaram e foram punidos aos 65 minutos, quando Openda fugiu pela direita e centrou para Vertessen cabecear de forma letal e recolocar a Bélgica na vice-liderança.

Francisco Conceição já tinha sido substituído por Diego Moreira nessa altura e Rui Jorge introduziu de imediato André Almeida e Henrique Araújo para forçar nova vantagem, que foi tentada por Samuel Costa, aos 72 minutos, ao atirar ao lado num pontapé acrobático.

O conjunto de Jacky Mathijssen ‘espreitou’ a reviravolta num ‘falhanço’ de Vertessen aos pés de Celton Biai, aos 78 minutos, e teve um golo anulado por fora de jogo de Openda, aos 82, acabando por ser afastada da prova graças a um penálti ‘caído do céu’, aos 89.

Numa jogada em que procurava cobrir a saída dos postes de Vandevoordt, Zeno Debast deu uma cotovelada infantil em Henrique Araújo e conduziu para a marca dos 11 metros Tiago Dantas, que conferiu a primeira vitória a Portugal e ‘ensaiou’ as celebrações lusas, confirmadas após o final do duelo entre Países Baixos e Geórgia noutro ponto de Tbilisi.