Crónica: Inglaterra campeã indiscutível, mas Abel Ruiz falha penálti aos 90+9

A seleção inglesa, que eliminou Portugal nos quartos de final (1-0), foi a melhor equipa em campo, apesar da Espanha ter tido mais posse de bola (60% contra 40%) e mais ataques (119 contra 79), mas os ingleses foram sempre muito mais objetivos e tiveram as melhores oportunidades de golo.

No entanto, os ingleses acabaram por fazer o único golo da partida num lance de pura felicidade: na execução de um livre, aos 45+4 minutos, cobrado por Palmer, a bola bateu nas costas de Curtis Jones e subiu, ficando fora do alcance do guarda-redes espanhol.

De resto, a final só não ficou resolvida mais cedo porque o guarda-redes Arnau Tenas evitou por três vezes que a Inglaterra chegasse ao 2-0, com intervenções decisivas, mas seria o seu colega inglês que seria protagonista no final da partida ao parar um penálti executado por Abel Ruiz, o qual, a ser concretizado, levaria o jogo para prolongamento.

Abel Ruiz acabou por escrever direito por linhas tortas e a conferir justiça no resultado, uma vez que a Inglaterra demonstrou ser uma equipa forte coletivamente, com várias individualidades que jogam em equipas da Premier League, fisicamente mais poderosa e, sobretudo, mais adulta, madura.

Tanto assim que conseguiu suster a reação final espanhol mantendo a sua baliza segura – a exceção foi uma cabeçada de Abel Ruiz, após cruzamento, que levou a bola a rasar o poste direito da baliza inglesa –, mas uma falta cometida pelo central Colwill, um toque subtil no pé de apoio do avançado do Braga, só observado pelo videoárbitro, deixou a Espanha à beira do prolongamento, a segundos do final do tempo regulamentar.

No entanto, Abel Ruiz, que viu um golo não sancionado aos 51 minutos, acusou a pressão do momento, e bateu mal o penálti, sem desprimor para a ação do guarda-redes James Trafford, deitando por terra as esperanças da Espanha ainda poder chegar ao título no tempo extra.

O avançado do Braga desperdiçou também a oportunidade de se tornar no melhor marcador destacado do Euro2023, com quatro golos, pelo que teve de partilhar o pódio com o seu colega de equipa, Sérgio Gomez, e com o ucraniano Georgiy Sudakov, todos com três golos.

De notar que o Sporting de Braga, além de Abel Ruiz, contou com outro jogador que jogou esta final, o lateral direito Victor Gómez, que também foi titular, e que seria substituído aos 77 minutos, por Barrentxea.

A última vez que a Inglaterra conquistou o título europeu de sub-21 aconteceu em 1984, há 39 anos, passando a somar três troféus no seu currículo, mas o ranking da categoria é liderado pela Espanha e pela Itália, com cinco, enquanto Portugal nunca foi campeão europeu, tendo apenas o registo de três segundos lugares.