Crónica: Casa Pia trava senda invencível do Boavista com partes contrastantes

Os ‘gansos’ adiantaram-se no marcador com uma jogada de envolvimento finalizada pelo brasileiro Clayton, que rubricou o seu terceiro golo na prova e o quinto na época, aos 33 minutos, mas as ‘panteras’ igualaram aos 48, graças ao ‘tiro’ vistoso de Pedro Malheiro.

O Boavista cedeu pela primeira vez na prova, mas isolou-se de forma provisória no topo, com sete pontos, um acima de Sporting, FC Porto e Vitória de Guimarães, que ainda vão jogar nesta ronda, e do campeão nacional Benfica, que ganhou no sábado no terreno do Gil Vicente (3-2), ao passo que o Casa Pia ocupa, para já, a sétima posição, com quatro.

Impedidos pela FIFA de registar novos jogadores, os portuenses voltaram a desperdiçar pela segunda época consecutiva face aos lisboetas a hipótese de abrirem uma edição do campeonato com três vitórias seguidas, série alcançada pela derradeira vez há 30 anos.

Sem mexidas nos respetivos ‘onzes’, as duas equipas equilibraram forças nos instantes iniciais, mas os ‘gansos’ souberam crescer em eficácia no passe e objetividade ofensiva, desequilibrando sob a direita através de Clayton, aos 15 minutos, e Yuki Soma, aos 16.

Inabalável nesse duplo momento, João Gonçalves nada conseguiu fazer aos 33 minutos, quando uma jogada coletiva iniciada a partir do setor recuado por Vasco Fernandes teve continuidade em Saviour Godwin e Pablo Roberto, que isolou o pontapé letal de Clayton.

O Boavista sentiu o golpe anímico e encheu-se de imprecisão técnica, abreviando a sua resposta a uma tentativa frouxa de Róbert Bozeník, aos 43 minutos, logo antes de João Gonçalves ter afastado um livre de Leonardo Lelo e ‘voado’ perante a recarga de Pablo.

Essa estabilidade do Casa Pia seria colocada em causa três minutos depois do regresso dos balneários, com Pedro Malheiro a antecipar-se a Lelo na meia-direita para captar um passe de Miguel Reisinho, galgar terreno e desfeitear Ricardo Batista à entrada da área.

Os pupilos de Petit empolgaram-se e ameaçaram a reviravolta em dose dupla por Bruno Onyemaechi, que colocou à prova a agilidade do ‘guardião’ lisboeta num ‘tiro’ de ângulo apertado, aos 62 minutos, e num desvio de cabeça ao cruzamento de Malheiro, aos 69.

A estreia do reforço Jajá pouco acrescentou à equipa de Filipe Martins, que só ‘assustou’ verdadeiramente por Fernando Andrade, já aos 90+6 minutos, volvidas duas abordagens equivocadas de Ricardo Batista perante uma ‘bomba’ de Miguel Reisinho, aos 80, e uma desmarcação de Jeriel de Santis, sustida com a ajuda do central Nermin Zolotić, aos 89.