A prestação do Egito na atual edição da CAN tem sido marcada por uma mistura de desafios e superações, com a equipa dos Faraós a assegurar a sua passagem para a fase a eliminar mesmo sem a presença do seu astro máximo, Mohamed Salah, no jogo decisivo da fase de grupos.
Rui Vitória leva Egipto à fase a eliminar da CAN
A equipa orientada por Rui Vitória enfrentou um grupo competitivo que incluía Moçambique, Gana e Cabo Verde. O Egito começou a sua campanha com um empate 2-2 contra Moçambique, num jogo que evidenciou a qualidade e resiliência das equipas presentes na competição.
No segundo encontro, contra Gana, os Faraós somaram mais um empate por 2-2, destacando-se pela capacidade de resposta mesmo perante adversários competitivos.
Mohamed Salah falhou o jogo decisivo da fase de grupos por lesão
Contudo, o momento mais desafiante para o Egipto ocorreu no terceiro jogo da fase de grupos, onde enfrentaram Cabo Verde. Rui Vitória foi confrontado com a ausência de Mohamed Salah, figura principal da seleção egípcia, devido a uma lesão no tendão, uma situação que levou a especulações sobre o impacto da ausência do craque do Liverpool na performance da equipa.
Surpreendentemente e contra todas as previsões, os Faraós conseguiram novo empate a dois golos, garantindo assim o apuramento para os oitavos-de-final.
A ausência de Salah, indiscutivelmente o melhor jogador do Egito e um dos mais destacados a nível mundial, tornou o feito ainda mais impressionante. A equipa mostrou que é capaz de enfrentar adversidades, adaptar-se a circunstâncias desfavoráveis e manter a sua trajetória na procura pelo título da CAN.
Agora e, com a passagem ao 'mata-mata' no bolso, a Federação Egípcia de Futebol (EFA) protagonizou um episódio peculiar ao realizar um ritual de sacrifício de uma vaca, em prol da equipa comandada pelo técnico luso.
A cerimónia simbólica teve como objetivo invocar o sucesso para a seleção nacional, sob a liderança do treinador português Rui Vitória, na competição que decorre na Costa do Marfim.
O gesto ritualístico, revelado pelo porta-voz da equipa, Mohamed Morad, consistiu na oferta de um sacrifício bovino antes do início do importante torneio, com a carne resultante a ser posteriormente distribuída aos necessitados na região do Cairo.
Egipto une tradições ao futebol em prol do sucesso desportivo da seleção
Esta não é a primeira vez que a EFA recorre a práticas simbólicas para impulsionar a performance da equipa, sendo que na edição de 2008 da CAN, os próprios jogadores participaram num ritual semelhante, coincidindo com a conquista do título diante dos Camarões.
A peculiaridade desses rituais reflete a importância que algumas equipas atribuem a tradições e superstições no desporto, alimentando as crenças e expectativas dos adeptos e membros da equipa técnica.
O sacrifício da vaca não é apenas uma manifestação de fé, mas uma expressão de determinação em alcançar o sucesso desportivo.
Agora, a equipa comandada pelo técnico português, prepara-se para enfrentar a República Democrática do Congo numa fase decisiva da competição.
A relação entre práticas culturais e desporto é um fenómeno que remonta a várias décadas. O sacrifício de animais, embora possa parecer incomum aos olhos ocidentais, é uma tradição enraizada em algumas culturas, acreditando-se que traz boa sorte e afasta influências negativas.
Na África, onde o futebol é mais do que um desporto, é uma paixão nacional, estas práticas são encaradas como uma forma de invocar as bênçãos divinas para a equipa.
À medida que a equipa avança na competição, será interessante observar se os resultados no campo corroborarão a eficácia do ritual.
O mundo do desporto muitas vezes é impregnado de elementos para além das táticas e da técnica, incorporando as crenças culturais que moldam a identidade das equipas.