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Sporting: Quase candidato a maior candidato ao título

Artigo de opinião de Gil Nunes.

Sporting: Quase candidato a maior candidato ao título
Sp-Braga

Primeira nota para o Braga. Que já é um dos grandes e, mais que não seja, não pode levar cinco do Sporting em Alvalade, se bem que tal desiderato também não seja um cataclismo que deva colocar tudo em causa. No entanto, e no caso em específico, a análise até é mais contabilística do que contextual. Os números não enganam e falam de megafone em punho: 32 golos sofridos em 21 jogos não é possível. De todo.

Pragmatismo impõe-se. Por muito que haja Serdar e Victor Gomez que até podem vir a ser algo mais do que aquilo que hoje são – acrescente-se eventuais produtos da formação – o Braga, na sua linha defensiva, dispõe apenas de dois jogadores que são efetivamente de equipa grande: o guarda-redes Matheus e o defesa Niakaté. Por isso, se calhar é melhor fazer como o Sporting: esgrimir a presente temporada com a perspetiva europeia bem assente, enquanto se prepara a próxima temporada com os holofotes bem colocados na reestruturação da linha defensiva. Urgente. Caminho definido.

E, claro está, existe uma relação direta entre a qualidade individual e as desconcentrações, mesmo que este segundo fator toque a todos. Mas o Braga desta temporada já tem demasiados cromos na caderneta: expulsão despropositada de Niakaté diante do Union Berlin; brinde de Zalazar que originou o golo do Benfica; desatenções de Borja diante de Nápoles (fora) e FC Porto; e agora um passe para a zona central (erro de principiante) de Victor Gomez que deitou tudo a perder. Porque o golo inaugural do Sporting fez o jogo descambar a partir daí. Só deu leão.

Sim, é legítimo argumentar-se que os arsenalistas, nem há um mês, varreram o Sporting para fora da final da Taça da Liga. Mas deite-se franqueza na equação: o Sporting só não venceu o jogo porque não quis e porque, com o cronómetro a correr, não conseguiu controlar a nuvem de ansiedade que, em Lisboa, se dissipou num ápice após o golo de Trincão. Porque a partir daí tudo mudou e só deu um leão que liminarmente esmagou o Braga e tornou os “Gverreiros” presa fácil. Demasiado fáceis.

Também há que dizer “sim” à estratégia de anular Gyokeres através de uma marcação dupla na zona central. Os excecionais motivam medidas excecionais. É claro que depois a aritmética dá de si: se temos dois jogadores em cima de um, então naturalmente há outro que fica liberto. Mas o problema também não chega por aí: afinal de contas, se calhar é preferível ter um cenário em que um jogador tremendamente influente fica “tapado”, ainda por cima quando o mesmo é responsável pela capitalização de uma das principais características apresentadas pelos leões esta temporada: a maciça (leia-se bruta) exploração da profundidade que, entre outras coisas, tem provocado avalanches de golos aos leões.

Os bracarenses tudo encaixaram (no miolo) mas contaram com uma agravante que, apesar de já estar nos planos, não deixa de ser uma agravante: a capacidade de construção dos centrais leoninas. E, no caso, nem Coates se coibiu de pegar na bola e galgar metros em direção à área contrária (primeira parte). Ora, se este cenário é arriscado mas é contrariável quando o Sporting não está em vantagem, o mesmo se torna mais volátil quando é necessário despachar a prudência e ir em busca do prejuízo. A que se junta a tal história do jogo das cadeiras: há uma cadeira a menos e um jogador a mais: se os centrais sobem então alguém tem de se posicionar para compensar, sendo que a partir daí a cadeia fica descontrolada, sobretudo quando está suspensa no tal trapézio do desequilíbrio provocado pela situação de desvantagem.

Porque grande parte do êxito leonino está nos centrais. Ou melhor, naquilo que eles aportam de diferente entre si. Se Coates é mais posicional, as arrancadas de Quaresma (assim se construiu o segundo golo) compensam a capacidade centrocampista inata de Gonçalo Inácio. Que é esquerdino e, por isso, também é diferente dos outros. É toda esta positiva miscelânea que transforma a zona central da defesa numa verdadeira casa de máquinas. Que sustenta todo um rio verde cuja foz são golos em catadupa, se bem que nem tudo seja perfeito.

As debilidades existem. Na baliza. Sem ser propriamente um problema, os “razoáveis-menos” desempenhos de Adán afinam pelo diapasão da temporada passada. O guardião leonino, com destaque para o controlo dos lances de bola parada, baixou o seu rendimento e, valha a verdade, já não é aquele elemento com capacidade para fazer a diferença nos momentos determinantes.

Mas nada é assim tão simples quando é necessário substituir um guarda-redes. Porque é necessário que o novo número 1 esteja preparado e não vacile, caso contrário mais valia ter deixado tudo como estava. Enquanto dá espaço, mas pouca esperança, à recuperação plena de Adán – cujo contrato termina mas pode ser automaticamente renovado por número de jogos – o laboratório de Alcochete potencia as qualidades de Franco Israel nas competições nacionais que não a liga principal. Sempre sairá mais barato do que recorrer ao mercado, ainda por cima quando se trata da posição de guarda-redes. Eis o Calcanhar de Aquiles que lentamente se agiganta. Ou que se abafa.

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