"Afinal havia outro e não é só o César Boaventura"

"Quem está atento sabe como o Benfica foi tetracampeão", observa Diogo Faria.

Alegações de tentativas de corrupção por parte César Boaventura, empresário com forte ligação aos encarnados no passado, e insinuações de falta de verdade desportiva têm agitado as águas do desporto nacional, lançando uma sombra sobre a integridade das competições.

Diogo Faria não hesitou em afirmar que quem está atento "sabe como é que o Benfica foi tetracampeão." As suspeitas levantadas pelo diretor de conteúdos do FC Porto sugerem que, apesar do emblema da Luz ter conquistado quatro campeonatos consecutivos, a verdade desportiva pode não ter sido respeitada em todas essas ocasiões.

"Quem acompanha o futebol português, não é preciso acompanhar muito por dentro, é quem vê os jogos, quem está minimamente atento, sabe como é que o Benfica foi tetracampeão. Sabe. Percebe-se que não imperou a verdade desportiva naquelas quatro épocas", começou por dizer Faria, em declarações no programa Universo Porto da Bancada, no Porto Canal.

Um dos principais pontos de preocupação é a suposta influência da arbitragem nos resultados dos jogos do Benfica durante essas temporadas.

O diretor azul e branco sublinha que, embora não se possa negar a qualidade do Benfica enquanto equipa, a interferência de decisões controversas por parte dos árbitros levanta questões sérias sobre a justiça e equidade nas competições.

"O Benfica foi sempre inferior aos adversários e, se calhar, em três, muito provavelmente não teria sido campeão", observou o também adepto dos dragões.

"E houve muitas situações anómalas em relação a adversários do Benfica", lembrou Diogo Faria.

A questão das tentativas de corrupção surge com a figura de César Boaventura, um empresário ligado ao mundo do futebol português e, mais propriamente, ao Benfica.

"Não terá acontecido apenas por intermédio de César Boaventura"

Diogo Faria sugere que Boaventura teria tentado corromper jogadores para influenciar o desfecho de jogos contra os encarnados.

Embora o empresário tenha sido apanhado em algumas destas situações, Diogo Faria lança a hipótese de que este possa ser apenas a ponta do iceberg, levantando a questão de quantas outras tentativas de corrupção possam ter passado despercebidas.

"Sabemos que foi apanhado em relação a dois jogos, não sabemos em relação a outros jogos em que não foi apanhado. Não sabemos se existiram. Se me perguntares se acho que existiram, claro que acho que existiram", frisou Faria.

"Não terá acontecido apenas nos jogos com o Rio Ave e com o Marítimo. E não terá acontecido apenas por intermédio de César Boaventura. Seria uma grande coincidência que só tivesse acontecido naqueles dias em que foram apanhados", acrescentou.

Diogo Faria sublinha ainda a necessidade de evidências concretas para sustentar as alegações feitas. A ausência de provas diretas que liguem o Benfica a estas práticas levanta questões sobre a credibilidade das acusações.

"O Benfica não tenha nada a ver com isto, porque têm reconhecido os tribunais e o Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol", destaca o diretor de conteúdos do FC Porto.

No entanto, a ironia de Diogo Faria sobre a sorte do Benfica em escapar a consequências mais severas destaca a frustração e desconfiança que persistem no FC Porto em relação às decisões e posturas das entidades reguladoras do futebol português.

"Ainda não apanharam o contrato em que o presidente do Benfica diz 'eu contrato-te para tu corromperes para nós ganharmos e o César Boaventura e os outros empresários passam uma fatura a dizer 'eu levei x mil euros para praticar estes atos'", ironizou Diogo Faria.

"Agora ficamos a saber mais um facto que alimenta esta perceção. Afinal havia outro e não é só o César Boaventura. Havia mais um e muito provavelmente ou de certeza havia outros. E o que se passou naqueles jogos, passou-se em outros como é evidente", observou.

"Foi tetracampeão em parte à custa destas coisas. Quem teve azar foi o FC Porto, o Sporting, o SC Braga e todos os lesados", rematou Diogo Faria.