O Estádio da Luz, outrora um bastião de apoio incondicional ao Benfica, tem-se transformado num palco de descontentamento e contestação nos últimos jogos dos encarnados.
"O Benfica atingiu uma dimensão de investimento da qual, claramente, o treinador não está à altura", destaca Barbosa da Cruz.
Roger Schmidt, treinador alemão que inicialmente gerou entusiasmo na massa associativa das águias aquando da sua chegada, enfrenta agora uma onda de críticas e insatisfação por parte dos adeptos benfiquistas.
Os sócios e adeptos do atual campeão nacional, conhecidos pela sua exigência, têm expressado de forma sonora e visual o seu desagrado em relação às recentes opções e escolhas do técnico germânico.
No recente confronto contra o Estoril, onde os encarnados até se reencontraram com o caminho das vitórias, os assobios ecoaram no estádio, acompanhados por mensagens diretas de despedida.
Uma tarja na zona dos 'No Name Boys', com a inscrição "Danke und tschüss" (Obrigado e adeus, em alemão) reflete a crescente frustração dos adeptos, que agora questionam a compatibilidade entre Schmidt e o Benfica.
Outra tarja que surgiu diante do conjunto estorilista, com a mensagem "ninguém está acima do Benfica", ilustra a clara insatisfação em relação aos resultados e desempenho da equipa.
Carlos Barbosa da Cruz, antigo dirigente do Sporting, acrescentou a sua voz ao coro de críticas, expressando a sua visão sobre a situação de Schmidt na Luz.
Em declarações na CMTV, onde faz parte de um painel de comentadores, Barbosa da Cruz afirmou que o treinador alemão não está à altura do investimento feito pelo Benfica.
"O Benfica atingiu uma dimensão de investimento da qual, claramente, o treinador não está à altura", começou por dizer o comentador afeto ao Sporting.
O antigo dirigente leonino criticou a aparente falta de adaptabilidade de Schmidt às mudanças na dinâmica da equipa, referindo que o técnico, anteriormente elogiado pela sua abordagem pragmática, parece ter perdido o rumo.
"Era fácil quando era sempre a mesma equipa, acertou. Era pragmático porque só fazia substituições aos 86 e aos 88 minutos. Eram os minutos Schmidt", recordou Barbosa da Cruz.
"Agora, o Benfica mudou. Em princípio teria mudado para melhor porque tem mais jogadores, mais plantel, mas aparentemente, o treinador não tem unhas para aquele Ferrari e despistou-se", acrescentou o ex-dirigente.
A análise de Barbosa da Cruz não se limitou ao descontentamento dos adeptos encarnados, mas estendeu-se à perplexidade em relação ao desempenho da equipa lisboeta nas competições europeias.
O tropeção frente ao Rangers, considerado por Barbosa da Cruz uma das equipas mais fracas presentemente na Liga Europa, foi também objeto de crítica por parte do comentador.
"O Rangers é das equipas mais fracas presentemente na Liga Europa. Como é que o Benfica sofreu dois golos do Rangers? Como é que o Benfica só marcou dois golos ao Rangers?, questionou Carlos Barbosa da Cruz.
A contestação a Roger Schmidt não se limita às bancadas, estendendo-se agora aos debates televisivos e discussões entre os adeptos.
A incerteza paira sobre o futuro do treinador alemão no comando técnico do Benfica, com a pressão a aumentar a cada jogo menos conseguido.