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O ambiente na Luz tem sido tudo menos tranquilo nas últimas semanas, com o treinador do Benfica, Roger Schmidt, no epicentro de uma série de controvérsias e críticas.
"Ele não procura ser popularucho. E eu gosto disso", defendeu Carlos Freitas.
O treinador alemão, outrora aclamado pelos adeptos encarnados pelos métodos de jogo dinâmicos que implementou na equipa na época transata, tem agora sido alvo de escrutínio por parte da massa associativa benfiquista, bem como de comentadores e até mesmo alguns jogadores.
Desde que chegou ao Benfica, Roger Schmidt causou impacto imediato, com uma abordagem de jogo agressiva e ofensiva que cativou os adeptos e levou a equipa à conquista do título nacional na época passada.
No entanto, a presente temporada trouxe consigo uma série de desafios que têm testado não só a capacidade do treinador germânico, mas também a sua relação com o plantel e os adeptos.
As críticas mais recentes surgiram após uma série de resultados dececionantes e exibições inconsistentes da equipa lisboeta. Schmidt tem sido acusado de falta de pragmatismo tático e de persistir em estratégias que não estão a produzir resultados.
Além disso, as tensões dentro do próprio plantel têm vindo a público, com relatos de conflitos entre o treinador das águias e alguns jogadores do plantel.
A situação atingiu o seu ponto mais alto com as declarações públicas de descontentamento do jogador turco Orkun Kökçü em relação às opções táticas de Schmidt.
As críticas do médio turco, cuja contratação representou um investimento avultado por parte do Benfica, lançaram ainda mais dúvidas sobre a capacidade do treinador em gerir o plantel de forma eficaz.
No entanto, nem todos os comentários sobre Schmidt têm sido negativos. Carlos Freitas, antigo diretor-geral do Sporting e figura respeitada no mundo do futebol, defendeu o treinador alemão em declarações recentes.
A falar no Canal 11, Freitas destacou que Schmidt não procura ser popular, preferindo traçar um caminho honesto e assumir as suas decisões, mesmo que isso signifique cometer erros.
"Ele não procura ser popularucho. E eu gosto disso. Obviamente que já cometeu erros, nem vou pela questão dos números que são demasiado eloquentes", começou por dizer o ex-dirigente dos leões, citado pelo jornal 'Bancada.pt'.
"Eu acho que é alguém que este ano, ao contrário do que foi propalado no início de época, ele confrontou-se com um problema, tem cometido erros na gestão do problema, mas duvido que tenha sido ele a arranjar o problema", observou Freitas.
Na opinião do agora comentador, Schmidt enfrenta problemas herdados e tem lidado com eles da melhor forma possível.
"O Benfica este ano objetivamente perdeu fulgor ofensivo do lado esquerdo e ganhou um grande problema defensivo do lado direito e provavelmente por duas decisões que não foram da cabeça de Schmidt", referiu o adepto leonino.
"Não foi ele que arranjou o problema à esquerda, nem foi ele que arranjou o problema à direita", sustentou a sua opinião.
Freitas também salientou o histórico de sucesso de Schmidt noutros clubes europeus, argumentando que o treinador alemão está longe de ser tão fraco como por vezes é retratado.
Apesar dos erros cometidos, o comentador acredita que Schmidt tem potencial para levar o Benfica ao sucesso, especialmente com a via aberta para conquistar o título nacional, a Taça de Portugal e até mesmo a Liga Europa.
"Mas, acima de tudo, valorizo, alguém que, num mundo em que se pode fazer carreira a vários níveis invocando palavras como serenidade, plenitude e gratidão, alguém que chega e traça um caminho, não tem medo das palavras, assume as suas decisões, vai pagar pelos seus erros, mas parece-me um profissional honesto", frisou Freitas.
"Schmidt é alguém que teve resultados na Áustria, na Alemanha, nos Países Baixos e está a ter em Portugal. Não será o melhor do mundo mas está longe de ser aquilo que muitas vezes parece", rematou o ex-dirigente do Sporting.
No entanto, as críticas persistem, e a capacidade de Schmidt em recuperar a confiança dos jogadores e adeptos torna-se crucial para o seu futuro no Benfica.
Num clima de pressão crescente, o treinador alemão enfrenta um teste definitivo da sua capacidade de liderança e gestão num dos maiores clubes de Portugal.
