"Fiquei muito triste. Não é assim que se trata os ídolos que estão vivos"

"Não fui convidado e não sei o motivo. Sou o único jogador da sua história com duas Botas de Ouro", desabafa Mário Jardel.

Num ambiente de casa cheia e com uma constelação de estrelas em campo, o FC Porto saiu vitorioso por 1-0, com Marek Cech a marcar o único golo da partida.

A equipa portista, liderada por Carlos Secretário, apresentou uma formação composta por nomes icónicos como Vítor Baía, João Pinto, Ricardo Costa, Bruno Alves, Marek Cech, Paulo Assunção, Costinha, Diego, Derlei, Rui Barros e Bosingwa.

Ao longo do jogo, outros ex-jogadores que fazem parte da história dos dragões, como Varela, Pedro Mendes, Capucho, Rubens Jr, Pena e Mário Silva, tiveram a oportunidade de mostrar o seu talento em campo, incluindo o lendário guarda-redes Iker Casillas, que acabou por jogar pelos dois emblemas.

"Liguei várias vezes ao meu ex-colega Vítor Baía, mas não me fez caso"

No entanto, nem todos os ex-jogadores do FC Porto ficaram satisfeitos com o desenrolar do evento.

Mário Jardel, antigo avançado brasileiro e detentor de duas Botas de Ouro, revelou este sábado sentir-se magoado por não ter sido convidado pelos azuis e brancos para participar no jogo que decorreu no Bernabéu.

Em entrevista ao jornal espanhol Marca, o antigo avançado brasileiro, conhecido pelos seus feitos no FC Porto, revelou sentir-se marginalizado pelo clube da Invicta, destacando a sua história e as suas conquistas como motivo para ser incluído no evento.

"Não fui convidado e não sei o motivo. Fiquei muito triste, pois sou o único jogador da sua história com duas Botas de Ouro", começou por desabafar Jardel, citado pelo site 'Desporto ao Minuto'.

"Sou uma história importante deste clube e fui marginalizado. Não é assim que se trata os ídolos que estão vivos", acrescentou.

Jardel admitiu ainda ter tentado contactar Vítor Baía, atual administrador da SAD do FC Porto, mas sem sucesso, expressando a sua desilusão por não ter sido contactado para o jogo solidário.

"Liguei várias vezes ao meu ex-colega Vítor Baía, mas não me fez caso. Tenho uma relação muito boa com o clube e este era um jogo que teria gostado de jogar, pois faço muitos jogos solidários deste tipo", revelou o antigo jogador.

Mário Jardel, conhecido pelos seus problemas fora dos relvados, acredita que a sua ausência no evento não se deve ao seu passado conturbado, mas sim a uma falta de reconhecimento por parte do clube azul e branco.

Apesar das dificuldades que enfrentou, Jardel destacou estar a trabalhar na sua recuperação pessoal e que merecia uma oportunidade de participar no jogo das lendas do FC Porto como forma de redenção.

No entanto, o antigo avançado brasileiro sente que o clube não reconheceu os esforços que tem feito para se reabilitar, admitindo ainda que seria uma enorme ajuda no jogo.

"Não creio que seja por isso e o FC Porto deve ser um senhor clube, que respeita a sua história. Precisamente por vir de onde venho, eu teria ajudado muito hoje no Bernabéu", observou.

"Se me querem ajudar de verdade com tudo o que tive, isto não se faz. A minha história no FC Porto vai além das drogas e da indisciplina que tive na minha vida passada fora do futebol. Nada nesta vida é perfeito", rematou Jardel.