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FIFA: Blatter admite abrir dossiê ISL, de alegada corrupção há dez anos

O presidente da FIFA, Joseph Blatter, admitiu hoje abrir, na reunião do comité executivo em Tóquio, o dossiê ISL, de alegada corrupção ocorrida há dez anos no organismo que superintende ao futebol mundial.

Joseph Blatter referiu que vão ser analisados com profundidade os documentos relacionados com o caso ISL (International Sports and Leisure), para confirmar se elementos ligados à FIFA receberam verbas da empresa de marketing, que ganhou os direitos de vários campeonatos do Mundo e que entrou em colapso em 2001.

Entre os suspeitos revelados no documentário da BBC sobre o caso está o presidente da CAF (Confederação Africana de Futebol), Issa Hayatou, que confirmou ter recebido uma verba da ISL, por ocasião do 40.º aniversário da instituição africana.

“Não negamos que a ISL deu à CAF 25.000 francos suíços [20.198 euros, ao câmbio atual]. Mas tratou-se de um gesto de solidariedade”, disse Hayatou, em finais de novembro do ano passado, em entrevista ao France 24.

Issa Hayatou não se opôs à abertura de um inquérito em novembro de 2010, pedido pela Transparência Internacional, um organismo não governamental, e assegurou que “não há nada a esconder”.

“Se eles quiserem fazer uma oferta, quem os pode impedir?”, questionou o presidente da CAF, lembrando que a denúncia se reporta “há 16 anos” e assinalando que a BBC “não disse se tem a prova de que houve corrupção”.

Em declarações à France Presse, Blatter garantiu hoje que “não há corrupção na FIFA”, mas admitiu que possa haver quem seja corrompido.

“Numa grande família, que reúne centenas de milhões de pessoas no caso da FIFA, algumas podem ser corrompidas, o que não quer dizer que toda a família seja corrompida”, esclareceu, revelando que uma comissão decidirá depois quais os procedimentos a tomar no caso ISL.

A intenção de Joseph Blatter surge alguns meses depois da eleição do comité executivo da FIFA, em junho, num processo eleitoral abalado por suspeitas de corrupção.

Blatter recandidatou-se e teve como único concorrente Mohamed Bin Hammam, suspeito de ter comprado os votos das Caraíbas e que acabou por não se submeter a sufrágio.

Empenhado numa política de transparência na FIFA, Blatter anunciou hoje também a criação de uma “comissão de boa governação” para “controlar se avançam as reformas aprovadas pelo congresso em junho, sobretudo as que têm a ver com a transparência e a política de tolerância zero contra a corrupção”.

A composição da comissão será apresentada em dezembro, bem como as competências dos seus membros, que Blatter perspetiva que possam ser 15, não só do mundo do futebol como da sociedade civil e da política.

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