Euro 2012: Sentimento de injustiça nos Aliados após duelo ibérico

Duas horas antes do jogo, muitos adeptos de cara pintada e equipados com as cores da equipa das quinas já ocupavam lugar na Avenida dos Aliados, muitos vindo diretamente da praia.

O tempo convidava os adeptos a beberem cerveja, o que agradou aos comerciantes dos cafés locais. Menos sorte tiveram os vendedores de cachecóis, bandeiras de Portugal e de banquinhos, que se queixavam do negócio ''estar muito fraquinho''.

Para além das centenas de bandeiras portuguesas, era possível ver alguns adeptos espanhóis, sem problemas em juntar-se a festa lusa.

Pedro Prado, espanhol, veio com a sua família de férias a Portugal e aproveitou para ver o jogo no Porto, com a esperança que o facto de Cristiano Ronaldo jogar no Real Madrid, levasse a que este não marcasse nenhum golo contra o país de acolhimento.

A minutos de começar o jogo eram já milhares as pessoas que cobriam a Avenida de pé, aplaudindo efusivamente Ronaldo quando aparecia no ecrã e cantando o hino em uníssono.

À medida que a bola ia rolando, iam aumentando os nervos dos espetadores e nem os próprios polícias escondiam a apreensão.

O jogo ameaçava ir para o prolongamento e os nervos não esmoreciam, havendo já quem profetizasse que a partida ia acabar por ir a penaltis.

No final do prolongamento ninguém arredou pé, havendo quem pusesse as mãos na cabeça e não escondendo a apreensão, fazendo-se correntes humanas e gritando ''Portugal allez''.

A defesa de Rui Patrício no penalti de Xabi Alonso deixou em delírio o mar de gente que cobria os Aliados, que se desvaneceu logo após João Moutinho também ter falhado o alvo.

O ''delay'' entre a emissão radiofónica que alguns dos espetadores escutavam e a imagem do ecrã, permitiu que se soubesse, ainda antes de Cesc Fabregas ter marcado o penalti, que Portugal estava fora do Euro2012.

''Sinto-me orgulhoso da prestação dos portugueses, os jogadores merecem ser parabenizados'', disse à agência Lusa José Santos, um dos adeptos presentes nos Aliados.

Manuel do Laço, conhecido adepto do Boavista, também viu o jogo no ecrã gigante e achou o resultado injusto, considerando que ''os jogadores defenderam bem a camisola mas tiveram pouca sorte''.

No final da partida, as pessoas rapidamente abandonaram o local, ouvindo-se algumas palmas e praguejos, ficando a avenida praticamente vazia, 15 minutos depois.