Sporting Clube do Porto: Um clube em clara ascensão

Nada disto é novo. Há quem lhe chame a 'Santa Aliança'. Uma união entre FC Porto e Sporting que não é mais do que uma estratégia para controlar a Liga de Clubes e para se ajudarem mutuamente com a troca de jogadores. Pois é, cenário fantástico. As diferenças são muitas, mas há um fator extremamente importante que define o objetivo desta aliança: o principal rival de ambos os clubes é o Benfica. Mas será que o Sporting sai beneficiado com esta amizade?

As relações de amizade entre presidentes intensificam-me. Era assim com Pinto da Costa e Bettencourt e agora com Godinho Lopes a história repete-se. Reuniões, almoços e demonstrações de amizade em público são provas disso mesmo. Fomentar cada vez mais a relação de amor entre os dois clubes. Como é isto possível? Como é que dois eternos rivais convergem naquilo que parece um só clube?

Começa com as transferências de jogadores leoninos a preço de saldo para o rival FC Porto. Os negócios entre rivais são comuns e aceites em Ligas de Futebol com outra dimensão, mas em Portugal a mentalidade é outra e estas trocas não são vistas com bons olhos. Como podem compactuar os sportinguistas com estas decisões? Primeiro João Moutinho, capitão de equipa, um negócio com valores muito inferiores àqueles por que o médio sairá numa futura transferência. Mais recentemente, Izmaylov, que apesar das lesões, era nada mais, nada menos do que o melhor jogador do clube e sai a custo zero e com umas trocas ridículas de jogadores (Hugo Ventura, um guarda-redes não inscrito em nenhum clube da primeira liga e Miguel Lopes, um lateral mais que suplente).

Até posso concordar que existe uma enorme incapacidade do Sporting em segurar os seus principais ativos (o rendimento desportivo da equipa não ajuda em nada), mas esperava-se uma atitude mais firme face ao interesse de um eterno rival. Rival?

Situação hipotética: Pablo Aimar abandona o clube e vai para o Dubai, como se tem falado nos últimos tempos. Passado uns anos, o FC Porto mostra interesse em adquirir Aimar. Iria o jogador, idolatrado pelos adeptos, com várias épocas de glória no clube e um amor sincero ao Benfica, aceitar o convite? Certamente que não. Tudo isto para chegar a mais um exemplo de submissão pura: o caso Liedson. Desta vez, a culpa não é da estrutura do Sporting, que mais uma vez deixou fugir um ativo. A verdade é que Liedson já nada tinha que ver com o clube, a não ser um passado de glória, um lugar no corredor da fama e História do Sporting. Acarinhado pelos adeptos como um dos melhores avançados estrangeiros que já passou pelo clube. Como é que um jogador que terminou o último jogo pelo clube a verter lágrimas de emoção aceita alinhar num rival direto? É difícil de entender. A necessidade é mínima e o facto de ainda dizer que «FC Porto é um desejo de há já muitos anos» prova bem aquilo de que Liedson é feito.

A verdade é que os maus resultados, aliados a uma deficiente estrutura da SAD sportinguista fazem com que deixem de ver o FC Porto como um rival direto. Essa é a única justificação. O Benfica permanece o rival eterno porque… é o Benfica! E o Benfica será sempre o clube mais amado/odiado pelos sportinguistas!

Agora, em jeito de reforçar aquilo que já disse, uma pequena-grande comparação, citando Rui Gomes da Silva, esta semana no programa 'O Dia Seguinte', na SIC Noticias. «Há uns anos, as pessoas diziam: 'Vai jogar a Áustria e Hungria' e respondiam: 'Contra quem?'. Daqui a uns anos vão dizer: 'Vai jogar o FC Porto e o Sporting' e as pessoas vão perguntar: 'Contra quem?'.

Que relação é esta entre SCP e FCP que trás benefício ao clube do Norte e tristezas e desilusões para a massa adepta sportinguista? Porque é que as relações Sporting-FC Porto são naturais, mas um negócio Sporting-Benfica é algo impensável? Onde está a ambição dos sportinguistas e a vontade de permanecer com uma identidade própria, sem constantes manobras de bastidores? Quem comanda realmente o Sporting?