O plantel da Naval 1.º de Maio, da II Liga de futebol, admitiu hoje o recurso à greve face ao incumprimento salarial do clube, disse à Agência Lusa o presidente do sindicato dos jogadores (SJPF), Joaquim Evangelista.
''É do conhecimento público que os profissionais da Naval estão com três meses de salário em atraso'', frisou o líder do sindicato dos jogadores.
De acordo com Joaquim Evangelista, “aquilo que os jogadores decidiram hoje deve-se à grave situação que os está a afetar, do ponto de vista pessoal e familiar e com consequências no plano desportivo''.
Desta forma, os jogadores mandataram o seu órgão de classe para transmitir à direção da Naval que ''aguardam até à próxima quinta-feira o pagamento de um mês e meio de salário, tendo de estar o dinheiro disponível até às 13:00 horas''.
''Se assim não suceder, nessa mesma data será realizada na Figueira da Foz uma conferência de imprensa com a presença dos dirigentes do SJPF, marcando-se um pré-aviso de greve para um jogo'', disse.
Joaquim Evangelista fez questão de reiterar não se tratar de qualquer “ultimato''.
''Mais uma vez, estamos a revelar um ato de compreensão e boa vontade. Diga-se que quem tem de estar incomodado com esta situação são os jogadores'', frisou.
O líder do SJPF deixou um apelo: “Apelo ao presidente da Naval, Aprígio Santos, para que, de facto, compreenda a situação em que se encontram estes jovens jogadores e faça um esforço para cumprir aquilo que lhe é pedido (mês e meio liquidado até quinta feira). Será entendido como um compromisso de boa vontade em resolver a situação'', referiu.
Joaquim Evangelista revelou que tem mantido contactos quase diários com o André Dinis Carvalho, interlocutor da Naval ''que tem revelado vontade de resolver o problema'', justificando porém que ''só isso não será suficiente para resolver o problema”.
“Nem eu, nem os jogadores, temos de ficar reféns dessa sua boa vontade'', expressou.
O dirigente do SJPF informou ainda que hoje foi disponibilizado pelo sindicato apoio financeiro imediato aos casos mais urgentes e, paralelamente, a maioria dos jogadores requereu hoje à Liga que fosse acionado o fundo de garantia salarial.