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Premier League: O Sunderland ponderou o contexto de Di Canio?

Já dizia Lavoisier que “na Natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”. Esta lógica de continuidade também se aplica aos mais variados campos da vida social. Todos temos um contexto que nos acompanha nos diferentes rumos que vamos seguindo. Isto significa que não chegamos vazios a lado algum, inclusivamente a um clube de futebol. Isolar um acontecimento nunca pode ser entendido como mais do que uma simples ferramenta metodológica. Estas simplificações podem ajudar-nos a perceber a polémica instalada com a chegada de Paolo Di Canio ao Sunderland.

Premier League: O Sunderland ponderou o contexto de Di Canio?

Quando o aflito 16.º classificado da Premier League inglesa decidiu contratar o técnico italiano, já era conhecida a polémica figura do treinador. Este está a começar a sua carreira como responsável técnico de equipas de futebol, tendo-a iniciado na época passada, ao leme do modesto Swindon Town. Contudo, Di Canio foi jogador durante largos anos. Numa das suas frases mais famosas, o manager italiano identifica-se como fascista, apesar de recusar o racismo. A declaração foi proferida em 2005, mas ainda hoje influencia a maneira como olhamos o novo treinador do Sunderland.

A polémica não tardou a aparecer após o anúncio da chegada de Di Canio ao clube inglês, envolvendo, inclusivamente, proeminentes figuras da vida britânica. David Miliband, antigo ministro dos Negócios Estrangeiros do Reino Unido, foi, até há poucos dias, dirigente do Sunderland. Este apresentou a sua demissão por não concordar com a contratação de alguém com a carga simbólica de Di Canio. Para além disto, os adeptos do clube têm-se mostrado preocupados com a imagem da organização que possa vir a ser projetada. Estas ondas de choque não serão, certamente, aquilo que os responsáveis da formação do Norte de Inglaterra estavam a pensar quando procuraram revigorar a luta contra a despromoção.

No dia três de abril, o site do Sunderland emitiu um comunicado de Di Canio. Este procurou isolar a sua pessoa no campo restrito que é o futebol. O técnico recusou, portanto, qualquer dimensão política ou ideológica. Contudo, como é evidente, encontramo-nos perante uma impossibilidade.

Esta situação relembra-nos duas dimensões importantes quando pensamos e aplicamos a estratégia de um clube: todas as potenciais consequências de uma acção têm de ser pensadas e a comunicação de crise não pode ser hesitante. Sobre o primeiro aspeto já me debrucei nos parágrafos anteriores. Quanto ao segundo, é óbvio que o clube inglês não cumpriu com um preceito básico da gestão da comunicação: a rapidez na resposta.

Entre os dias 31 de março, altura em que foi anunciada a chegada de Di Canio, e o dia três de abril, o nome do Sunderland foi frequentemente referido e nem sempre pelas melhores razões. Esta é uma lição dura e que se adiciona ao mau momento vivido pelo Sunderland no campo desportivo.

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