Comentário: Descontos voltam a «acabar» com Benfica

Um golo do sérvio Branislav Ivanovic, aos 90+3 minutos, bateu um conjunto “encarnado” que foi melhor durante mais tempo, mas não foi eficaz e, sobretudo, voltou a ser muito infeliz, sofrendo o desaire com o jogo mesmo a acabar.

Na última jogada do encontro, o paraguaio Óscar Cardozo, que, aos 68 minutos, “anulara” o tento inicial do espanhol Fernando Torres, aos 59, ainda podia ter empatado, mas a sorte não estava em definitivo com os “encarnados”.

A “maldição de Guttmann” sobreviveu também a Amesterdão, onde, há 51 anos, o Benfica ganhara a sua segunda Taça dos Campeões Europeus consecutiva. Depois disso, são já sete as finais europeias perdidas. A última tinha sido há 23 anos.

O pesadelo está, em definitivo, a substituir a época de sonho que o conjunto da Luz projetava. A recuperação do título nacional já não está nas mãos dos “encarnados” e resta a final da Taça de Portugal, que nada salvará.

O Benfica entrou com Artur na baliza, uma defesa com André Almeida, Luisão, Garay e Melgarejo, um meio-campo com Matic e Enzo Perez, e Salvio e Gaitan, nos extremos, e a novidade Rodrigo, em detrimento de Lima, ao lado de Cardozo.

Frente a um Chelsea com David Luiz no meio-campo e muito expectante, o conjunto de Jorge Jesus entrou destemido, personalizado e assumiu desde o início o comando, com Cardozo a dar o mote logo aos dois minutos, de cabeça.

Num relvado muito escorregadio, a equipa “encarnada” continuou perigosa e foi colecionando oportunidades de marcar, mais ou menos flagrantes, com destaque para uma jogada aos 15 minutos, em que Rodrigo falhou em dose dupla.

Sempre melhor no meio-campo, com Matic e Enzo Perez, por vezes com a ajuda de Rodrigo, a fazerem chegar com facilidade a bola à área adversária, o Benfica mandava e, aos 28 minutos, Gaitan surgiu sozinho, mas não rematou.

O Chelsea só assustou a primeira vez aos 27 minutos, num remate de Oscar, que saiu à figura, para, aos 38, Lampard tentar a sua sorte de fora da área e obrigar Artur a grande defesa, com a bola a desviar a trajetória.

Até ao intervalo, o jogo ficou mais equilibrado, mas foi Cardozo a ter a melhor ocasião, aos 42 minutos. O intervalo chegou com 0-0, mas os adeptos “encarnados” gostaram e continuaram a cantar “Allez, força SLB”.

O início da segunda metade não trouxe novidades, com o Benfica a reentrar dominador, mas uma vez mais sem conseguir concretizar as ocasiões. Quando o conseguiu, aos 51 minutos, Cardozo estava ligeiramente fora de jogo.

A equipa de Jorge Jesus continuou a insistir e, aos 59 minutos, Salvio surgiu solto a cabecear, mas fê-lo com pouco força. Cech lançou o contra-ataque, a bola foi passando por vários jogadores e chegou a Fernando Torres, que ganhou em velocidade a Luisão, fintou Artur e marcou.

Sem que o justificasse, o Chelsea estava na frente do marcador. Então, o Benfica “tremeu”, desorientou-se um pouco, mas foi nessa fase que chegou ao empate, aos 79 minutos.

Já com Lima e Ola John nos lugares de Rodrigo e Melgarejo, o que fez Gaitan recuar para defesa esquerdo, Azpilicueta colocou a mão na bola na área e, na transformação do castigo máximo, Cardozo “fuzilou” Cech.

O Benfica já não conseguia, agora, dominar como antes, face a um Chelsea mais fresco, mas, aos 82 minutos, já com Jardel no lugar do lesionado Garay, Cardozo quase “bisou” num remate com “selo de golo” que Cech logrou desviar.

Aos 88 minutos, foi Lampard a acertar na barra da baliza de Artur, para, na jogada seguinte, Lima atirar por cima da trave.

O árbitro deu três minutos adicionais e o jogo parecia destinado a seguir para prolongamento, só que, num canto, a bola foi parar à cabeça de Ivanovic, que marcou. Na jogada seguinte, Cardozo quase empatava. Quase, o jogo acabou de imediato.