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«Usei comentários do treinador da Coreia para motivar jogadores» - Carlos Queiroz

Carlos Queiroz reconheceu hoje ter utilizado os comentários do ex-selecionador da Coreia do Sul como “motivação extra” para os iranianos “na preparação mental e concentração” para a partida que deu o apuramento para o Mundial2014 de futebol.

«Usei comentários do treinador da Coreia para motivar jogadores» - Carlos Queiroz

“Honestamente, utilizei esses comentários [de Choi Kang-Hee] como a inspiração e a motivação extra de que precisávamos para centrar a preparação mental e concentração dos jogadores para o jogo com a Coreia”, confessou à agência Lusa Carlos Queiroz, para quem o seu colega coreano foi, “ao fim e ao cabo, uma bom amigo na preparação do Irão”.

A seleção iraniana venceu na última jornada o favorito do grupo, a Coreia do Sul, em Ulsan, por 1-0, e garantiu, pela primeira vez na sua história, o primeiro lugar do grupo B de qualificação asiática para o Mundial e uma vaga no Brasil 2014, que chegou a estar em risco.

No entanto, ganhar na Coreia foi, segundo Queiroz, “extremamente difícil”, tendo em conta que o adversário “possui mais soluções e é mais forte”, razão pela qual foi preciso “fazer o papel de equipa pequena” e vestir o “fato de macaco”.

“Com espírito de equipa, disciplina tática e alguma sorte acabámos por, no contra-ataque, que era o nosso plano, fazer o golo que nos deu a vitória e nos permitiu a classificação direta, numa altura em que a equipa coreana, frustrada e irritada, já tinha perdido a serenidade”, referiu Carlos Queiroz, que não esperava que “fosse preciso chegar tão longe”, tal a vantagem de golos que o Irão tinha sobre o Uzbequistão, que goleou o Qatar na última jornada por 5-1, em casa.

O treinador português considerou que o Qatar “baqueou” na segunda parte, “concedendo golos absolutamente anormais numa equipa que não sofria há anos tantos golos num só jogo”, e qualificou a goleada como um resultado “estranho e anormal”.

Em todo o caso, o Irão correu sérios riscos de ficar fora do Mundial e Carlos Queiroz tem uma justificação para tal: “Tivemos os nossos altos e baixos, como todas as seleções, mas cometemos fundamentalmente dois erros, que foram a derrota no Líbano, que não estávamos a espera, e outra em casa com o Uzbequistão. Mas a evolução da equipa, a sua qualidade, percetível mesmo nos jogos em que perdemos pontos, davam garantias e confiança de que voltaria a estar bem e a lutar pela qualificação nos jogos finais”.

Voltando ao conflito com o selecionador coreano, o qual gerou um clima de crispação e intimidação no derradeiro jogo do Irão na Coreia, Queiroz explicou que o treinador rival estava “obcecado que os treinos da sua equipa pudessem ser observados” e rejeitou as instalações cedidas pela Federação iraniana, que são “as melhores que existem no Irão” e as mesmas que a seleção iraniana utiliza, e escolheu outras que não tinham, no seu entender, a qualidade que ele esperaria.

“Subitamente, passou a ser usada uma linguagem bélica, muito próxima de comentários racistas, reproduzidos na imprensa, um linguajar de vingança e de sangue, dizendo-se que não gostamos de iranianos e que os queremos fora do Mundial”, lembrou Carlos Queiroz, que afirma ter-se colocado “na linha da frente para defender os interesses da equipa e uma certa sensibilidade do país”.

No entanto, Queiroz nega ter dirigido qualquer gesto obsceno para o banco da Coreia no final da partida: “Foi um gesto de determinação, de uma linguagem bélica, de força, à imagem do que foi a conduta firme, determinada e combativa dos meus jogadores, e uma reposta a um treinador que teve uma atitude pouco ética e arrogante na semana que antecedeu o jogo e que, na véspera, disse que ia fazer tudo para que eu visse o Mundial sentado em casa e frente à televisão”.

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