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Bloco de Notas: Os clubes precisam de lendas vivas e grandes exemplos

Na semana em que Francesco Totti renovou os votos com a AS Roma até aos 40 anos, foi tomada uma decisão que poderá parecer uma imbecilidade na próxima década. Com um mercado cada vez mais inflacionado e mutável, encontrar um jogador que esteja na fase terminal da carreira e nunca tenha mudado de clube parece como tentar encontrar uma agulha num palheiro. Mas esses exemplos existem. E devem continuar a existir.

Bloco de Notas: Os clubes precisam de lendas vivas e grandes exemplos

Figura do plantel sénior da AS Roma desde 1992-93, Francesco Totti conheceu 16 treinadores: Vujadin Boskov, Carlo Mazzone, Carlos Bianchi, Nils Liedholm, Zdenek Zeman, Fabio Capello, Cesare Prandelli, Rudi Voller, Luigi del Neri, Bruno Conti, Luciano Spaletti, Claudio Ranieri, Vincenzo Montella, Luís Enrique, Zdenek Zeman e Rudi Garcia. Ganhou uma Série A (2000-01), duas Supertaças de Itália (2001 e 2007) e duas Taças de Itália (2006-07 e 2007-08). Venceu a Bota de Ouro em 2006-07 e com a Itália foi Campeão do Mundo em 2006, na Alemanha.

Poderia ter ganho muito mais e ser ainda mais reconhecido a nível individual se tivesse mudado de clube ao longo da carreira? Com certeza. Mas ao mudar de emblema, muito dificilmente seria reconhecido de forma tão admirável e carinhosa como no Olímpico de Roma. Uma lenda é uma lenda e títulos são títulos. O ideal será conciliar as duas coisas, tal como Lionel Messi parece estar a conseguir fazer no Barcelona. Mas antes uma lenda sem títulos, do que um jogador titulado que nunca será lembrado.

Ao falar de Francesco Totti, podemos também referir nomes como Javier Zanetti (desde 1995-96, no Inter de Milão). Podemos falar de Ryan Giggs (jogador do Man Utd, desde a longínqua temporada de 1990-91) ou mesmo de Xavi Hernandez, médio do Barcelona que terminará com toda a certeza a sua carreira em Camp Nou, estádio que pisa desde 1998-99. Frank Lampard, John Terry, Paul Scholes, Andrés Iniesta, Steven Gerrard e Gary Neville são outros dos nomes que poderiam aqui encaixar. Algo muito semelhante aconteceu com Del Piero que, apesar de ter terminado nos australianos do Sidney FC, representou a Juventus durante 19 temporadas ininterruptas.

No seu site oficial, a Federação Portuguesa de Futebol identifica apenas três lendas: Eusébio, Luís Figo e Pedro Pauleta. Sobra um espaço, que deverá ser preenchido daqui a uns anos por Cristiano Ronaldo. Uma lenda é alguém que consegue ser reconhecido por todos os que se identificam com determinada estrutura. É alguém que sempre mostrou preferir o clube e os seus adeptos a tudo o resto. E, hoje em dia, com um mercado cada vez mais inflacionado, assente em transferências e ordenados milionários, as lendas ganham um valor acrescentado.

No Chelsea, por exemplo, Roman Abramovich possui uma política clara que não permite a renovação superior a uma temporada a jogadores com 30 ou mais anos. O futebol também precisa desta ‘espécie’ de jogadores.

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