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Bloco de Notas: O amadorismo do futebol português

Todos sabemos que o futebol português não é dos mais fortes da Europa e não estou a referir-me à qualidade dos jogadores e treinadores porque nesse aspeto não é nada inferior ao que se vê noutros campeonatos. Refiro-me mais concretamente à organização e à competência dos nossos dirigentes. Neste caso, não haja dúvidas, existe muito amadorismo!

Bloco de Notas: O amadorismo do futebol português

É caso para dizer finalmente! Até que enfim, passados dois anos, soubemos esta semana que o chamado caso do 'Túnel da Luz' teve uma espécie de final. Os jogadores do FC Porto envolvidos em confrontos com stewards no final do jogo com o Benfica, na 14.ª jornada da Liga, em 2009/2010, foram condenados a pagar multas.

Sim, leu bem. O jogo em questão ocorreu no dia oito de dezembro de 2009 e só agora se souberam os castigos. A maioria dos jogadores condenados (Fucile, Helton, Sapunaru, Hulk, Cristian Rodriguez) já nem veste de azul e branco. No entanto, nada disso está ainda encerrado, já que a equipa portista vai ainda recorrer da decisão para o Tribunal da Relação. Ridículo, no mínimo. É muita incompetência demorar tanto tempo para decidir um caso destes. Quando olhamos para Inglaterra, ou mesmo Itália, vemos que situações bem mais graves foram decididas num menor período de tempo.

Outro caso pouco dignificante para o futebol português é o da Taça da Liga e do atraso do FC Porto no jogo frente ao Marítimo. O Conselho de Disciplina (CD) da Federação Portuguesa de Futebol confirmou o apuramento dos dragões para as meias-finais da competição. Espera-se que o Sporting recorra da decisão que lhe é desfavorável. Na pior das hipóteses, a competição promete arrastar-se ou então será decidido tudo às 'três pancadas' para que tudo se realize dentro dos prazos previstos, já que estamos em ano de Mundial e as competições internas não se devem atrasar.

Custa-me muito observar tanto amadorismo. Todas as organizações que se queiram minimamente profissionais sabem que é necessário ser-se rápido na gestão de uma crise, mas também coerente. Estes dois casos demonstram que há ainda muito a fazer do ponto de vista da organização e da comunicação. A seriedade é fundamental em qualquer negócio. O futebol é um negócio de milhões e é através de um público apaixonado (adeptos) que faz a diferença quando comparado com outros desportos. Não basta parecer sério e coerente é também preciso sê-lo.

Que marcas ou investidores querem investir num futebol que dá tamanha imagem de amadorismo? Sinceramente, nenhuma. Ninguém quer investir dinheiro numa organização/produto/serviço que não é minimamente fiável. Os nossos jogadores e os nossos treinadores levam, positivamente, o nome de Portugal por todo o Mundo.

É mundialmente reconhecido o valor de atletas e técnicos portugueses, seria de bom tom que os nossos dirigentes seguissem as pisadas deles e começassem a abrir horizontes. Num mundo globalizado a competência faz a diferença. Hoje, o futebol português não é competitivo por excesso de amadorismo. De quem é a culpa?

Este texto é resultado da colaboração semanal entre o Futebol 365 e o blogue marcasdofutebol.wordpress.com. Esta parceria procura analisar o desporto-rei a partir de um ângulo diferente: a comunicação.

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