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Euro-2004: Estádio do Dragão não foi desperdício

Dez anos depois do Euro2004, o administrador do FC Porto Eduardo Valente garante que "a construção do Estádio do Dragão não foi nenhum desperdício”, tendo como exemplo outros estádios construídos em função do campeonato europeu de futebol.

Euro-2004: Estádio do Dragão não foi desperdício

O administrador da PortoEstádio, que representa o clube "azul e branco" desde a década de 80, garantiu que a nova realidade do Dragão, “pensado dois anos antes da sua construção”, é completamente distinta da que existia aquando do Estádio das Antas, “movimentando muito mais capital e empregando mais pessoas”.

“O único desperdício que podemos dizer que houve com a construção do Estádio do Dragão foi o de termos sido obrigados a fazê-lo com capacidade para 50 mil pessoas, quando inicialmente estava pensado para 40 mil. Quando surgiu o Euro, e para podermos entrar, era preciso ter dois ou três estádios com mais de 50 mil lugares, tivemos de o fazer com esse número. Mas para a realidade do FC Porto isso é de mais. E nós tínhamos noção disso. Temos uma média de 30 mil espetadores por jogo”, esclareceu.

Mas o antes e o depois “são realidades incomparáveis”, e agora o Estádio do Dragão, palco do jogo de abertura do Euro2004, “é multiusos e totalmente preparado para rentabilizar todos os espaços”. É exatamente nesse campo que Eduardo Valente se foca, explicando que “a rentabilização foi um dos principais fatores que levou a pensar na construção de um novo estádio”.

“Há aqui uma vertente comercial agregada a tudo isto. Todo o plano que tínhamos da dívida que contraímos na construção do estádio nunca foi alterado. Temos cumprido rigorosamente, aproveitando para rentabilizar todos os espaços, em termos de jogos de futebol”, referiu.

Nos primeiros anos, o Dragão chegou a ter 35 mil lugares ocupados, mas agora esse número ronda os 25 mil. “Isso já tem a ver com outras situações, tal como a situação financeira atual do país ou a situação do futebol. Isso afeta tudo”, afirmou.

No Estádio das Antas, esta perspetiva de rentabilização “era praticamente impensável”, já que as condições não eram propícias nem pensadas para esse efeito, embora nos últimos três anos de existência tenha sido testado o conceito de camarotes com catering e estacionamento.

Outro conceito desenvolvido foi o da realização de espetáculos e eventos, algo que, pensado para a realidade anterior a 2003, altura em que o Estádio do Dragão foi inaugurado, seria mais complicado, se não impossível, de sistematizar.

“O estádio das Antas não era vocacionado para isso. Agora, por outro lado, procuramos rentabilizar, nesse aspeto, da melhor forma. Os promotores dizem que o Estádio do Dragão é o estádio que tem melhores condições, a todos os níveis, para a realização de espetáculos. Só não fazemos mais porque não há mercado para isso”, comparou.

Essas diferenças de realidade e de organização nos dois estádios passam também pelos recursos humanos. “Enquanto no Estádio das Antas não tínhamos mais de 200 pessoas por jogo a trabalhar, hoje temos à volta de 800 profissionais”, relatou Eduardo Valente que explicou ainda como tudo se alterou em termos de segurança.

“Apareceu a figura do ‘steward’ e a parte da segurança passou a ser completamente diferente. Alterou-se tudo em termos de segurança nos jogos de futebol. O rigor agora é muito maior, face à legislação que agora existe”, abordou o dirigente portista, destacando a existência postos de socorro e equipas médicas em todas as bancadas, quando antes havia apenas uma.

As mudanças são também bem visíveis nos custos, que num jogo normal “rondam os 70 mil euros”. Anualmente, a manutenção do estádio “ascende a 1,3 milhões de euros, enquanto no Estádio das Antas não chegava aos 500 mil”.

O novo estádio trouxe ao FC Porto uma necessidade de reestruturar competências e criar novos departamentos capazes de gerir as novas infraestruturas. Conforme explicou Eduardo Valente, “foi criada uma empresa só para tratar da gestão e manutenção de todas as infraestruturas, como o pavilhão, que mais tarde apareceu, o centro de estágio e o Vitalis Park”.

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