Primeira Liga: Marítimo – Sporting de Braga (declarações)

Daniel Ramos (treinador do Marítimo): "Quem sofre e, depois, fica sorridente no fim, vale a pena. Foi um bom jogo. Da nossa parte, fizemos aquilo que nos competia. A primeira parte foi muito bem conseguida. Conseguimos sempre ser uma equipa acutilante, sólida, agressiva a defender a partir da frente sempre que nos foi permitido. Conseguimos importunar o Braga.

Fizemos o golo, aproveitámos bem. Tivemos ascendente suficiente para chegar ao intervalo com indicadores muito positivos e perceber que a primeira parte foi muito bem conseguida.

Na segunda parte, antecipámos aquilo que iam ser as intenções do Braga. Era importante sabermos sofrer, reduzir os espaços que o Braga iria procurar, enervar ao máximo o Braga, encostar na área quando fosse exigido. Conseguimos ser uma equipa sólida.

Faltou um pouco de critério nas nossas saídas para o ataque porque acho que podíamos ter feito melhor nesse período. Podíamos ter sido mais acutilantes na segunda parte em termos ofensivos, é um aspeto a melhorar.

No todo do jogo, pelo que a equipa produziu, sentimo-nos muito bem. Valeu a pena saber sofrer porque a vitória foi extremamente saborosa e festejada no final. Também fruto das contingências que tivemos ao longo da semana. Tínhamos de ser guerreiros, com grande espírito de entreajuda, muito solidários e com a ajuda da massa associativa, que foi espetacular, nos apoiou e o nosso muito obrigado por isso".

José Peseiro (treinador do Sporting de Braga): "Tinha uma estratégia. Iniciámos com uma equipa, em que a maior parte dos jogadores não tinha tido muito desgaste no último jogo e as alterações que fizemos foram da minha responsabilidade. Quisemos ter uma equipa intensa, fresca e agressiva, por isso, poupámos alguns jogadores que jogaram na quinta-feira.

A equipa tem de estar confiante com os pontos que tem e que, ganhando, poderia estar em segundo lugar. Queríamos mas não fizemos. A equipa foi amorfa, lenta, sem agressividade, sem intensidade, sem o querer essencial para ganhar um jogo destes.

Oferecemos um golo ao Marítimo, que foi melhor do que nós na primeira parte, sem jogar muito. Fomos penalizados pela primeira parte muito fraca, não podemos repetir esta primeira parte, está muito longe daquilo que podemos fazer, foi fraco demais.

A segunda parte foi melhor, atrás do prejuízo, contra uma equipa que passou a segunda parte a não querer jogar, a queimar tempo, o que é normal, aceita-se e percebe-se a estratégia.

Criámos duas, três situações para poder empatar e, se tivéssemos empatado, talvez ganhar o jogo. Não conseguimos. Os principais responsáveis da derrota de hoje somos nós, eu principalmente porque sou o treinador.

Quero fazer um reparo porque esta é uma liga profissional. Por mais que um treinador e uma equipa tenha uma estratégia de queimar tempo, mandar o guarda-redes se deitar quatro, cinco vezes no relvado e, depois, lesionado, ainda conseguir bater a bola para a frente como bateu. A lesão não devia ser assim tão séria. Já assumi que não é por isto que perdemos mas é importante para a liga portuguesa, que se quer rigorosa".