Numa reviravolta intrigante que abalou o cenário desportivo português, o empresário César Boaventura encontra-se atualmente a ser julgado por alegadamente tentar corromper jogadores para influenciar resultados de jogos contra o Benfica, em 2016.
"O 'polvo' está a emergir. Teremos outra vez o camarote cheio"
Contudo, uma questão que permanece no centro da discussão no lado norte do país é a ausência de acusações diretas contra o Benfica neste caso específico.
O porta-voz do FC Porto, Francisco J. Marques, expressou recentemente, em declarações no Porto Canal, a sua perplexidade perante esta situação, destacando a aparente desconexão entre o alegado ato de corrupção e o clube beneficiário, o Benfica.
"Estamos perante uma situação extraordinária de alguém corromper alguém e o beneficiário nada tem a ver com o caso", observou Marques, levantando questões sobre a imparcialidade da justiça desportiva.
O diretor de Informação e Comunicação azul e branco sublinhou a necessidade de manter a integridade do desporto e alertou para a possibilidade de o "polvo" emergir novamente, referindo-se a um potencial envolvimento alargado.
"O 'polvo' está a emergir e vamos fica quietos e calados?"
"Vamos deixar que o Estado português fique de novo capturado? Daqui a algum tempo teremos outra vez o camarote cheio. Isto é escandaloso", acrescentou ainda o diretor de Informação e Comunicação dos dragões, citado pelo jornal 'Bancada.pt'.
A ausência de documentação oficial que incrimine diretamente o eterno rival Benfica foi alvo de ironia por parte de Marques, que levantou dúvidas sobre a eficácia da justiça neste caso.
"A justiça portuguesa diz que isto nada tem a ver com o Benfica. Deve ser por não haver um papel de 25 linhas a assumir", lamentou J. Marques.
No entanto, a atenção de Francisco J. Marques não se limitou apenas ao caso de César Boaventura. O conhecido sócio azul e branco também destacou a rapidez com que o Tribunal da Relação tratou do recurso no caso dos emails, elogiando a eficiência do sistema judicial.
"Chegou ao Tribunal da Relação de Lisboa em meados de dezembro, pelo meio houve férias de Natal e um mês depois houve decisão", destacou o dirigente do FC Porto.
Porém, Marques fez uma comparação intrigante ao mencionar que a mesma justiça não conseguiu notificar o jogador Lionn no caso de alegado suborno, levantando questionamentos sobre a consistência dos procedimentos judiciais.
"A mesma justiça que decidiu desta forma célere, não tem conseguido notificar o jogador Lionn", ironizou Marques.
O Diretor de Comunicação e Informação do emblema da Invicta frisou ainda que 'o Porto Canal conseguiu num dia' e revelou qual foi o segredo para conseguir.
"Ir ao Google", terminou o Francisco J. Marques que, outrora, apontou para a existência do "benfiquistão".