No último confronto frente ao Vitória de Guimarães, o Benfica enfrentou condições adversas tanto no relvado como nas escolhas táticas de Roger Schmidt, resultando num empate a duas bolas que teve impacto significativo na corrida pelo título de campeão nacional.
"Acho muito difícil que o Benfica tivesse sucesso, tendo em conta que a equipa não está rotinada a jogar daquela forma"
O embate no Estádio D. Afonso Henriques, em Guimarães, não apenas comprometeu a liderança isolada da equipa comandada por Roger Schmidt, mas também gerou críticas e interrogações por parte dos adeptos encarnados e de figuras ligadas outrora à história do Benfica.
O jogo foi marcado por um relvado encharcado devido à intensa chuva que se fez sentir na Cidade Berço, tornando difícil a prática de um futebol fluído e de qualidade.
No entanto, não foi apenas o estado do campo que chamou a atenção; as opções táticas do treinador alemão também foram alvo de escrutínio, especialmente por culpa da ausência de um avançado de raiz na formação inicial das águias.
A decisão de Schmidt em não alinhar com um ponta-de-lança de origem, relegando jogadores como Arthur Cabral, Marcos Leonardo e Tengsted para o banco, foi uma escolha que surpreendeu e desagradou a muitos.
Rafa foi colocado no centro do ataque, apoiado por Angel Di María, Aursnes e João Mário, numa tática que se revelou ineficaz e pouco convincente.
Diogo Luís, antigo jogador do Benfica e atual comentador desportivo, manifestou recentemente o seu descontentamento em relação ás opção de Roger Schmidt.
Em declarações à Antena 1, o ex-lateral encarnado expressou a sua perplexidade, tendo em conta o valor que o Benfica investiu na contratação de avançados para reforçar a posição que está debilitada desde a saída de Gonçalo Ramos para o PSG.
"Sinceramente, acabo por não perceber muito bem o motivo pelo qual Roger Schmidt não coloca um avançado em campo", começou por dizer Diogo Luís, citado pelo site 'Desporto ao Minuto'.
"Quando digo avançado, digo um dos pontas-de-lança. Investiu 50 milhões de euros, tem três avançados que pretende", destacou o comentador.
Luís questionou ainda a estratégia adotada pelo técnico alemão, apontando que a equipa da Luz não está habituada a jogar sem um ponta-de-lança de referência.
A opção pelo talento individual e criatividade em detrimento do trabalho coletivo mostrou-se arriscada, especialmente num terreno difícil como o de Guimarães, segundo as palavras do antigo jogador.
"Mesmo com um campo difícil, não fazia sentido a abordagem que Roger Schmidt teve. O que me parece, claramente, é que Roger Schmidt acabou por apostar muito mais na capacidade, na imaginação e na criatividade do que, propriamente, no trabalho coletivo", observou.
"Acho muito difícil que o Benfica tivesse sucesso, tendo em conta que a equipa não está rotinada a jogar daquela forma"
"Acho ainda mais estranho o facto de ser Roger Schmidt e o Benfica a mudarem para jogar frente ao Vitória, e não o Vitória a mudar para jogar frente ao Benfica", rematou Diogo Luís.
O empate, considerado por muitos como dois pontos perdidos, permitiu ao Sporting igualar a pontuação na tabela classificativa, com a ressalva de que os leões têm um jogo a menos devido ao adiamento do confronto com o Famalicão.
Este empate comprometeu a liderança isolada do Benfica na Primeira Liga, intensificando a concorrência na luta pelo título. A pressão sobre Roger Schmidt aumentou, e as suas escolhas táticas continuarão, certamente, a ser alvo de análise por parte dos adeptos e especialistas do desporto.