"Não há equipa nenhuma a ganhar, ganhar e ganhar. Nem o City faz isso"

"O Schmidt vai dizer que vai embora para fazer a vontade à claque?", questiona antigo internacional português.

Desde que chegou ao Benfica, o técnico alemão, inicialmente elogiado pela massa associativa dos encarnados, enfrenta agora uma onda de contestação devido a algumas opções e escolhas questionáveis que têm impactado o desempenho do atual campeão nacional.

As bancadas da Luz, conhecidas pelo fervor apaixonado dos adeptos, têm sido testemunhas de assobios e manifestações de desagrado nos últimos jogos.

Tarjas foram exibidas, revelando mensagens de descontentamento e recados diretos por parte de grupos de adeptos benfiquistas, que expressaram a sua insatisfação com o rumo da equipa sob a orientação de Schmidt.

O treinador alemão, por sua vez, no final do encontro diante do Estoril, que marcou o reencontro do Benfica com as vitórias, confessou que não se apercebeu das tarjas e parece distante do pulso das bancadas, o que contribui para uma crescente divisão entre o técnico e os benfiquistas.

"Estamos a falar de Schmidt, não de um treinador que está em quarto ou quinto lugar"

Face ao elevar das criticas a Roger Schmidt, Fernando Mendes, antigo jogador de futebol, saiu em defesa do técnico das águias, salientando que o foco deveria ser o desempenho da equipa, que está a apenas um ponto do primeiro lugar no campeonato, na Taça de Portugal e na Liga Europa.

"Estamos a falar de um treinador que está a um ponto do primeiro classificado, está na Taça de Portugal e em três provas que as pode vencer", começou por dizer o agora comentador, em declarações na CMTV.

"Estamos a falar deste treinador, não estamos a falar de um treinador que está em quarto ou quinto lugar. A realidade é essa", acrescentou Mendes, citado pelo jornal 'Bancada.pt'.

O ex-futebolista também abordou a questão do ambiente que se faz sentir no balneário encarnado, fazendo alusão a situações em outros clubes que resultaram em conflitos públicos entre jogadores e treinadores.

"Está-se a ver. Em Alvalade o Arthur Cabral foi para o túnel a tratar mal o treinador. O lateral-esquerdo saiu e borrifou-se nos colegas. Está ali um ambiente saudável", destacou o comentador afeto ao Sporting.

Numa altura em que as criticas a Schmidt sobrem de tom, Fernando Mendes, ao contrário de muitos comentadores, sugere que o Benfica está longe de enfrentar crises internas significativas e que continua na luta em várias frentes.

"Mas a realidade é esta: está a um ponto do primeiro lugar, está na Taça de Portugal e está na Liga Europa. Se calhar outros clubes queriam estar nesta situação e não estão. A realidade é esta", frisou novamente Mendes, antes de abordar as tarjas que foram exibidas na Luz.

"Ele não viu. Claro que não viu. O homem está concentrado no jogo. Vai ver o quê? Ele não tem visto tochas nenhumas", observou o antigo internacional português.

"Ele vai responder o quê? O jornalista vai ter com ele a dizer que estavam umas tarjas e ele ia dizer o quê? Para lhes fazer a vontade, vou-me embora e abdico dos 20 milhões de euros e faço a vontade aquela claque? Está com todos os objetivos em aberto", insistiu Fernando Mendes.

"Não há equipa nenhuma no mundo, acho eu, a ganhar, ganhar, ganhar, ganhar, ganhar. Nem o Manchester City faz isso e tem um plantel fantástico em que mudam jogadores", rematou Fernando Mendes.

Com a contestação a crescer e a defesa a dividir opiniões, o futuro de Roger Schmidt no Benfica permanece incerto.

O desafio iminente para o treinador será não apenas reverter os resultados menos positivos, mas também reconquistar a confiança dos adeptos, uma tarefa que muitas vezes é mais complexa do que as batalhas táticas no relvado.