O Lourinhanense, que no domingo recebe o Paços de Ferreira, nos oitavos de final da Taça de Portugal em futebol, espreita a subida à II Divisão, sete anos depois da descida à I Divisão Distrital de Lisboa.
O presidente do clube, Paulo Marta, admitiu à agência Lusa que “não descarta a subida”, por ter uma formação “com capacidades para jogar tanto na III Divisão como na II, desde que não seja ultrapassado o orçamento atual.
O dirigente lembrou também que, a confirmar-se o fim da III Divisão, “a ambição terá de ser a subida'', porque não lhe passa pela cabeça ''voltar aos campeonatos distritais”.
Ao fim de sete anos na presidência do clube, Paulo Marta tem vindo a conseguir reabilitar o clube em termos financeiros e desportivos.
Há três anos, o clube subiu da I Distrital de Lisboa para a Distrital de Honra de Lisboa e, no ano passado, desta para a III Divisão. Presentemente, ocupa o segundo lugar da Série E da III Divisão com 18 pontos, menos dois do que o comandante Sacavenense.
“Pagámos imensas dívidas, contraímos empréstimos nesse sentido que estão pagos, não temos atrasos com os jogadores, temos as contas regularizadas e apenas temos dívidas correntes”, disse o dirigente.
Clube satélite do Sporting há 12 anos, quando jogava na II Divisão, e, mais tarde, do Alverca (III), formou jogadores que chegaram a ser chamados à seleção ou que jogam na I Liga ou em campeonatos estrangeiros, tais como Luís Boa Morte, Marco Caneira e Nuno Assis.
“O protocolo com o Sporting foi benéfico, porque nos deu nome e dinheiro, o mesmo não aconteceu com o Alverca, porque foi nessa altura que descemos aos distritais'', admitiu o dirigente.
A descida aos distritais obrigou o clube a uma enorme reestruturação para fazer face à quebra de receitas, causada pelo afastamento dos adeptos e patrocinadores, e para voltar às vitórias.
O orçamento de 165 mil euros anuais “não é superior quando estava na I Distrital. Foi preciso baixar a despesa para equilibrar a quebra de receitas”, explicou.
Os jogadores seniores deixaram de receber salário para apenas passarem a receber subsídio de deslocação e prémios de jogo e a treinar em horário pós-laboral.
Futebol é a única modalidade do Lourinhanense, que possui duas centenas de jogadores repartidos pelas respetivas camadas de formação.
A inexistência de um campo sintético no estádio municipal impede o clube de aumentar o número e obriga-o a pedir emprestado o campo do Campelense, já no concelho de Torres Vedras.