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Créteil: A equipa mais portuguesa de França pode subir de divisão

Depois dos milionários do Paris Saint Germain, a segunda potência futebolística da região de Île de France chama-se US Creteil Lusitanos (USCL). Com uma marcada costela lusitana, o líder do National (terceira divisão gaulesa) está em boa posição para regressar à Ligue 2. Começando no presidente Armando Lopes e terminando no avançado Pedro Oliveira, as raízes de Viriato são uma realidade marcada no emblema parisiense.

Créteil: A equipa mais portuguesa de França pode subir de divisão

O Futebol 365 foi em busca da situação atual do Creteil e descobriu que o clube atravessa uma situação de euforia, que poderá culminar em 2013 com a subida de divisão. Ainda falta muito, mas quando estão disputadas 16 jornadas, os ‘Les Béliers’ lideram com seis pontos de vantagem sobre o segundo Metz e dez sobre o terceiro Le Poire Sur Vie. Apresentam o melhor ataque (39 tentos) e, apesar do azul ser a sua cor principal, carregam as listas da bandeira portuguesa na camisola (verde e vermelho). O equipamento alternativo é em tudo semelhante ao da seleção nacional.

No meio de toda esta euforia, o presidente do USCL confessou estar confiante no regresso à Ligue 2, onde já não está desde 2006-07. «Com 13 vitórias, duas derrotas e um empate em 16 jogos, o nosso início de Campeonato é muito bom. Temos 12 pontos de avanço sobre o quarto classificado, que é uma vantagem muito interessante. Uma vez que são promovidas três equipas, o nosso objetivo de subir é assumido. Se conseguirmos manter o mesmo estado de espirito, a mesma humildade e respeito pelos nossos adversários, jogo após jogo, o nosso objetivo será concretizado», admitiu o Comendador Armando Lopes, que identifica ligações a Portugal em inúmeros setores de apoio ao clube.

«Existem muitas empresas a nível de patrocínios que são dirigidas por portugueses e uma falange dos nossos adeptos também são de origem lusa», lembrou, traçando metas claras para a sua presidência.

«A curto prazo pretendo continuar a estruturar o clube e manter a mesma dinâmica para poder festejar uma subida à Ligue 2. A médio prazo procurarei estabilizar o clube a nível de estrutura, organização, aumentar o número de patrocínios e adeptos para fazer do USCL um emblema forte e reconhecido da região da Île de France, depois do PSG, porque a cidade de Paris tem necessidade de um segundo grande clube. E porque não sonhar?», concluiu.

Pedro Oliveira: «No estrangeiro, o jogador português é respeitado e apreciado»

Pelo Creteil Lusitanos, desde 2002, já passaram vários jogadores portugueses como Hélder Esteves, Rui Pataca e Mário Loja. Neste momento, o avançado Pedro Oliveira é o único atleta que fala a língua de Camões no balneário. Chegou no verão proveniente do Portimonense e não está arrependido.

«Sair de Portugal foi uma opção e não uma obrigação. Joguei na Académica, Leixões e Vitória de Setúbal, sempre por empréstimo do FC Porto. Depois apareceram os romenos do CFR Cluj com uma oferta muito superior, não só em termos financeiros como também do ponto de vista desportivo, por isso optei por emigrar. A escolha foi óbvia. A nossa carreira é curta e em Portugal é difícil ser profissional de futebol por causa dos incumprimentos contratuais dos clubes. Outra das razões que me levaram a emigrar foi o facto de que em Portugal se aposta muito no mercado estrangeiro, nomeadamente o brasileiro. Dá-se pouco valor à prata da casa. Lá fora é o inverso. O jogador português é respeitado e apreciado», desabafou à conversa com o Futebol 365, considerando o futebol francês mais físico, mas menos consistente defensivamente.

«Nesta divisão joga-se um futebol mais físico, fruto talvez da influência dos muitos africanos que abundam no ''Championnat''. As equipas aqui têm bons atacantes, mas facilitam em termos defensivos. Temos uma boa organização aqui no US Creteil Lusitanos que permite ao treinador dispor de meios para fazer um bom trabalho. Em Portugal, os treinadores trabalham muitos sistemas diversos de jogo após analisar os adversários e adaptam-se em virtude do que vão enfrentar. É também notório o futebol mais técnico do campeonato português que é sobejamente conhecido e apreciado pelos franceses e não só», analisou, garantindo que espera ainda jogar muito tempo apesar dos seus 30 anos.

«Sinto-me muito bem. A idade não é algo cronológico, é algo mental! Faço uma vida regrada e, como aprendi em Itália, poderei ainda fazer muitas épocas, esperando não ter lesões graves. Pretendo ganhar já este ano o campeonato e depois continuar por aqui alguns anos. Estou a gostar do clube e sinto que os responsáveis gostam do que tenho feito e acreditam no meu valor. Seria um sonho chegar à Ligue 1 com o US Creteil-Lusitanos», finalizou, alimentando o mesmo ambicioso objetivo do presidente Armanda Lopes.

Com um terço da época cumprido, faltam mais dois terços para chegar à Ligue 2. Vontade e qualidade não faltam. Num momento em que possuímos referências como José Mourinho e Cristiano Ronaldo na primeira linha da modalidade, o USCL seria mais um pequeno, mas importante exemplo, da qualidade das raízes futebolísticas portuguesas além-fronteiras.

Foto: USCL/AFR-José Lopes

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