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Quando os milhares de quilómetros se transformam em milhões de euros

É sempre com enorme expetativa que os adeptos aguardam o começo de uma nova época futebolística. Enquanto as competições mais a sério não começam, os fãs vão matando as saudades com a pré-época. É a altura do ano em que se prepara os jogadores e se definem os plantéis para mais um ano de competição. No entanto, a pré época não vive só dos aspetos desportivos.

Quando os milhares de quilómetros se transformam em milhões de euros

Longe vai o tempo em que a pré-época servia só para preparar as equipas do ponto de vista desportivo. Hoje, quando falamos no período que antecede o início das competições falamos também em marketing e negócios. Basta olharmos para a pré-época dos clubes ingleses e percebemos que o aspeto desportivo é também acompanhado de um objetivo económico.

Por exemplo, na época passada, Newcastle e West Ham percorreram mais de 38 mil quilómetros em duas semanas para conseguirem vender os seus respetivos direitos televisivos. Os dois clubes ingleses – e não estamos a falar dos clubes de topo da Premier League – visitaram mais de vinte países. Da Austrália a Israel, passando pela Indonésia e acabando nos Estados Unidos foram muitos milhares de quilómetros para assegurarem vários milhões de euros. Uma realidade cada vez mais presente.

Este ano, a determinada altura da pré-época, os principais clubes europeus irão passar por Estados Unidos da América, China ou Austrália. Sempre pagos a preço de ouro e indo com o intuito de promover as respetivas marcas. Um trabalho de marketing levado ao extremo. É verdade que nem sempre os treinadores gostam da forma como as pré-épocas são planeadas. Louis van Gaal afirmava mesmo - na hora de apanhar o avião para Seattle onde o Manchester United irá realizar o estágio de pré-temporada – que «é cada vez mais difícil aliar as exigências desportivas e financeiras».

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Uma realidade complexa para quem tem de preparar uma equipa do ponto de vista físico, técnico e psicológico, mas da qual os dirigentes não abdicam, já que o encaixe financeiro é significativo. Basta ver o preço dos bilhetes para assistir ao Barcelona-Chelsea da próxima quarta-feira no estado norte-americano do Maryland. Cerca de 150€ os mais baratos, podendo, para aqueles que pretendem assistir ao encontro na zona VIP, ir até aos 900€. Escusado será dizer que se espera lotação esgotada.

Para tal, mais do que os últimos resultados ou as últimas conquistas, contribui a história do clube. A isso chama-se a força da marca. Só assim se explica como, nesta pré-época, Inter de Milão e AC Milan, depois de uma temporada desportiva miserável, conseguem promover-se na China. Já Lazio e Nápoles – muito melhor classificados no último campeonato italiano do que os dois principais clubes de Milão - não deverão sair do continente europeu neste início de temporada.

Todos estes exemplos ajudam a perceber a importância da pré-época para os clubes. A necessidade de se abrirem para mercados emergentes, países dispostos a gastarem muito dinheiro para terem por perto, nem que seja por alguns dias, os seus clubes e atletas preferidos faz com que os principais emblemas europeus não descurem o fator financeiro. Por cá, o Benfica já o percebeu e por isso está a tentar rentabilizar, do outro lado do Atlântico, a sua marca. Uma estratégia que tem resultado.

Este texto é resultado da colaboração semanal entre o Futebol 365 e o blogue marcasdofutebol.wordpress.com. Esta parceria procura analisar o desporto-rei a partir de um ângulo diferente: a comunicação.

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