A SAD do FC Porto interroga hoje, em alusão ao Benfica, se é normal que ''virgens ofendidas'', que conseguem que a polícia ''responda a sacos de tinta com tiros de 'shotgun', arrombem portas de um balneário''.
Em comunicado, um dia após a vitória (3-1) que impediu os ‘encarnados’ de festejar o título nacional de futebol, a SAD portista considera que o Benfica ''não tem dimensão moral'' para apontar o que quer que seja ''em matéria de comportamento de adeptos e de organização de jogos'', dando alguns exemplos que sustentam a sua tese.
Faz alusão ''à morte de um espetador'' numa final da Taça de Portugal, ao ataque a uma equipa de hóquei em patins, que deixou um atleta do FC Porto em coma e a um incêndio de um autocarro de portistas em visita ao pavilhão da Luz''.
A SAD do FC Porto recorda, ainda, ''a invasão de campo e agressão a um árbitro assistente, a conivência e apoio a claques não legalizadas, que acarreta multas a ritmo quase semanal, devido ao lançamento de material pirotécnico diversificado, e a colocação estratégica de ‘stewards’ num túnel, a fim de provocarem a equipa adversária.''
No entender dos responsáveis do FC Porto ''não faz sentido que dirigentes ou papagaios falem sobre temáticas como a segurança'', considerando que ''não será a complacência ou o deferimento das forças de autoridade que apagará os factos supracitados ou legitimará discursos atabalhoados''.
Fala também de ''despudor vermelho'', de um dirigente suspenso [o diretor desportivo Rui Costa] que compareceu na zona técnica ''com direito a escolta policial'' e de um jogador que ''lançou um objeto e cuspiu para a bancada''.
O comunicado rebate, ainda, a intervenção pública assumida no domingo pelo diretor de comunicação do Benfica, João Gabriel, exigindo que ''a PSP deve tenha critérios uniformes por todo o país''.
''Nunca o FC Porto entrou em Lisboa com tiros de 'shotgun' (basta recordar a recente chegada da comitiva portista ao Estoril), nunca um comandante de polícia fez uma espécie de 'guarda de honra' aos seus responsáveis e nunca um par de agentes acompanhou um treinador azul e branco à sala de imprensa'', pode, ainda, ler-se no comunicado.
Em face destes pressupostos, o FC Porto diz ''aguardar tranquilamente'' os relatórios da força policial e dos responsáveis da Liga, seguro de que, dentro do campo, ''derrotou claramente o seu adversário'' e que este campeonato será para sempre recordado ''por túneis e pelas decisões da Comissão Disciplinar da Liga''.