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Rubiales recusa demissão após beijo a Hermoso: "Estão a fazer um assassinato social"

O presidente da Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF), Luís Rubiales, disse esta sexta feira durante a Assembleia Geral do organismo que não pensa demitir-se devido ao beijo que deu à jogadora Jenni Hermoso, na final do Mundial feminino, onde a Espanha arrecadou o título.

Rubiales recusa demissão após beijo a Hermoso: "Estão a fazer um assassinato social"
Real Federación Española de Fútbol

“Foi espontâneo, mútuo, eufórico e consentido, o que tem sido o mote de todas as críticas", começou por dizer o líder da Federação espanhola.

"Foi consentido, esta jogadora tinha falhado um penálti e eu tenho uma grande relação com todas as jogadoras, fomos uma família durante mais de um mês e tivemos momentos carinhosos durante toda a concentração. Estão a fazer um assassinato social”, acrescentou o dirigente na intervenção durante a Assembleia.

O caso teve origem na final do Campeonato do Mundo, que decorreu na Austrália e Nova Zelândia, que a Espanha conquistou ao bater a Inglaterra por 1-0.

Na altura da entrega dos prémios, Rubiales, quando felicitava a comitiva pela conquista, beijou na boca Hermoso, dando origem a inúmeras críticas tanto em Espanha como internacionalmente, tendo mesmo levado a FIFA à abertura na quinta-feira de um inquérito disciplinar ao dirigente.

Rubiales, ao contrário do que se esperava, não apresentou a demissão na Assembleia Geral extraordinária do organismo, convocada para hoje, na sequência da polémica que o gesto desencadeou, com vários quadrantes a acusarem o dirigente de abuso e sexismo.

O responsável da RFEF justificou que, durante a cerimónia, a jogadora quase o levantou no ar e que se abraçaram, num momento que repetiu ter sido de entendimento mútuo, em que riram e em que Hermoso até lhe deu uma palmada amigável nas costas.

“Não há desejo, nem posição dominante, as pessoas sabem disso”, referiu, acrescentando que estão a tentar fazer-lhe um “assassinato social”.

No seguimento, o dirigente, e ao contrário do que fontes federativas tinham admitido na quinta-feira à agência EFE, disse que não se demitirá.

“Não me vou demitir, não me vou demitir”, disse, acusando membros do governo, a imprensa e outras personalidades de quererem fazer “um assassinato de caráter”, acrescentando que irá processar quem o acusou de “violência sexual”.

O dirigente foi aplaudido pela Assembleia, no qual se encontrava o selecionador feminino Jorge Vilda.

“Quem me conhece sabe que vou lutar até ao final”, acrescentou.

Já em relação ao gesto que protagonizou na tribuna de honra do estádio em Sydney, em que agarrou os testículos em comemoração, a poucos metros da rainha Letizia de Espanha e da princesa Sofia, Rubiales pediu desculpa.

“Peço desculpa, sem quaisquer paliativos, pelo que aconteceu na tribuna e quando, num momento de euforia, agarrei nessa parte do corpo. Eu e o Jorge [selecionador Jorge Vilda] passámos muito neste último ano e num outro nível mais pequeno quiseram fazer-lhe o mesmo. Um discurso falso. Sofremos e engolimos muito, mas mantivemo-nos juntos”, disse, dirigindo-se a Vilda e justificando a razão pela qual se agarrou aos testículos, garantindo que perdeu o controlo e que por isso deve desculpas à casa real espanhola.

Desde o incidente na final, nomeadamente com o beijo a Hermoso, Rubiales foi alvo de inúmeras críticas provenientes dos mais diversos quadrantes, desde o chefe do governo de Espanha, Pedro Sánchez, até várias figuras públicas e políticas, passando pela própria Jenni Hermoso, que, numa primeira fase, desvalorizou a situação, mas, na quarta-feira, recorreu ao sindicato das futebolistas espanholas (FUTPRO) para pedir sanções para Rubiales.

A Liga Profissional de Futebol Feminino (Liga F) apresentou igualmente uma denúncia ao Conselho Superior do Desporto, solicitando a inabilitação de Luis Rubiales, pelo "sujo e constrangedor comportamento".

Da mesma forma, a FIFA abriu na quinta-feira um inquérito disciplinar ao presidente da RFEF, considerando que os factos “podem constituir uma violação das alíneas 1 e 2 do artigo 13 do código disciplinar” do organismo, aludindo ao facto de a conduta poder “prejudicar a dignidade ou integridade” de uma pessoa, em razão do seu sexo.

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